Durante dezenas de ano, especialmente na época da chamada Guerra Fria, missionários evangélicos foram acusados de ser “agentes da CIA” por diferentes países.

O assunto parecia esquecido até que a Coreia do Norte prendeu e depois extraditou o missionário australiano John Short, acusado de conspirar para derrubar o presidente, enquanto ainda mantém preso o missionário americano Kenneth Bae. Ambos são acusados de serem “espiões”.

Tony Campolo, um líder evangélico progressista que foi conselheiro espiritual do ex-presidente Bill Clinton, acabou aumentando a controvérsia em uma entrevista recente. “Os missionários americanos são muito próximos da CIA”, afirmou ele ao site RedLetterChristians.org. Campolo é atualmente professor de sociologia na Eastern University e presidente da Associação Evangélica para a Promoção da Educação.

“Muitas vezes, quando missionários voltam ao país depois de algum tempo fora, se estavam trabalhando em lugares como Paquistão ou Afeganistão, a CIA os chama… esses missionários vão até Washington e são interrogados: Quem são os líderes nas aldeias onde você estava trabalhando? Qual foi a atitude das pessoas nas igrejas em relação aos Estados Unidos?”

O ministério de Campolo patrocina programas de serviço cristão no Haiti, na República Dominicana, além de vários países da África. Para ele, é injustificável que as Nações Unidas ainda não tenham reconhecido as atrocidades cometidas contra cristãos na Coreia do Norte, apesar de ampla cobertura da imprensa. Para o líder evangélico, os laços com a CIA atrapalham o trabalho de missionários em muitos países.

O pastor brasileiro Fausto Vasconcelos, atual diretor de evangelismo da Aliança Batista Mundial disse em uma entrevista recente que se lembra de especulações na década de 1960 sobre se missionários batistas americanos trabalhavam para a CIA no Brasil.

Somente em 1975, o ex-presidente Gerald Ford admitiu publicamente que a CIA tinha usado missionários como agentes. Os rumores continuaram até o início da década de 1980, quando o presidente da Junta de Missões Batistas enviou uma carta aberta ao então diretor da CIA, William Casey, afirmando que as tentativas da agência de recrutar missionários como informantes podia “colocar em risco as suas vidas, bem como impedir seu trabalho em vários países.”

Com o fim da “Guerra Fria” e o colapso da antiga União Soviética, no início dos anos 1990, o assunto só voltou à tona em 2005, quando o ex-presidente, Hugo Chávez, expulsou missionários da Novas Tribos que trabalhavam na Venezuela, alegando que o grupo tinha ligações com a CIA.

As afirmações de Campolo surpreenderam a muitos líderes na área de missões, que negam qualquer envolvimento político. Jim Smith, atual coordenador de missões mundiais para a Aliança Batista Mundial afirmou que o foco do trabalho missionário tem sido se aproximar e ajudar os pobres e marginalizados e que não tem conhecimento de qualquer envolvimento com trabalho de espionagem. O governo dos EUA não se pronunciou sobre o assunto. Com informações ABP News.

Fonte: Gospel Prime
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Eginoaldo

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