No time nacional, o zagueiro e outros atletas evangélicos do elenco, como Edmílson e Kaká, reuniam-se para estudar a Bíblia e orar
Zagueiro de sucesso internacional, Lúcio, que acaba de acertar contrato de duas temporadas com o São Paulo, é um dos jogadores brasileiros que mais fazem questão de externar sua religiosidade. Apresentado no Morumbi, na terça-feira, citou Deus quatro vezes.
Na seleção brasileira, com a qual foi campeão mundial, esse seu lado veio à tona na Copa de 2002, quando ele e outros atletas evangélicos do elenco, como Edmílson e Kaká, reuniam-se para estudar a Bíblia e orar. Antes da final contra a Alemanha, decidiram que iriam usar por baixo do uniforme verde-amarelo camisas com inscrições de adoração a Jesus Cristo, as quais ficaram à mostra após a conquista do título.
A primeira polêmica apareceu quatro anos mais tarde. No Mundial da Alemanha, receosa de que o futebol fosse utilizado para manifestações religiosas ou políticas, a Fifa se antecipou e enviou comunicado às confederações pedindo que os jogadores moderassem na expressão de fé ao longo da competição. As camisas, expediente comum entre os brasileiros, foram proibidas.
"Vou respeitar (a determinação), até porque a Fifa é a instituição maior do futebol, e as regras precisam ser respeitadas. Mas, com certeza, a forma de agir dentro de campo não vai mudar. Vai ter o momento certo para a gente passar nossa mensagem (religiosa)", analisou, na época, o capitão brasileiro.
O Brasil não conquistaria o hexa, e cresceram rumores de que havia um racha no grupo. De um lado, estaria uma ala religiosa. Do outro, jogadores que bebiam e fumavam e, portanto, não tinham comprometimento com a forma física e consequentemente com a busca pelo título. Publicamente, Lúcio negou, dizendo que as reuniões entre os evangélicos, realizadas somente nas folgas, não dividiram o time nem foram motivo para seu desempenho ruim.
Polêmicas à parte, o zagueiro continuou lendo textos bíblicos na concentração dos times pelos quais passou - na Europa, foram Bayer Leverkusen, Bayern de Munique, Inter de Milão e Juventus - e se dedicando à religião que conheceu graças à mãe, na juventude, ainda em Brasília.
"É difícil prever o futuro, até porque, no futebol, as coisas acontecem muito rápido. Mas, graças a Deus, venho de uma escola muito boa, onde meus pais me ensinaram bastante a me cuidar, a ter uma vida saudável e sempre procurar melhorar", disse Lúcio, em sua apresentação no São Paulo, onde terá companhia de outros evangélicos, como o meia Paulo Henrique Ganso.
Fonte: Cenário MT
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