Está em Teresina nessa quinta-feira (20), a ex-ministra e principal líder da Rede Sustentabilidade, Marina Silva, cumprindo agenda que faz parte do movimento pela fundação do partido político no Estado, diretamente ligado à Rede. Ela concedeu entrevista e falou sobre a grande Rede de Sustentabilidade que tem sido montada e articulada em todo o país com o caráter de um “partido novo”, como define o movimento, por considerar que se trata de uma maneira inovadora e diferenciada de se fazer política.

“Do ponto de vista da visão e do programa, defendemos um modelo do desenvolvimento sustentável, não como apenas a luta do verde pelo verde, mas pelo aspecto econômico, social, ambiental, político, ético, enfim, para promover a melhoria da qualidade de vida das pessoas, ao mesmo tempo preservando as bases naturais desse desenvolvimento”, explicou Marina sobre o fundamentalismo da criação da Rede. 

Em termos do mérito estrutural, Marina disse que não vai ser um partido convencional por não possuir presidente nem direção, mas vai ser formado por colegiados representativos em cada Estado, uma vez que a legislação partidária assim permite. 

“A Rede não tem direção, ela tem coletivo nacional e coletivos estaduais. Já temos 30 em todo o país. A Rede possui coletivos montados em todos os Estados da federação e no Distrito Federal", explicou a ex-ministra, que pretende visitar todas as capitais do país para que a Rede seja apresentada. Das capitais do Nordeste, só falta a comitiva visitar Aracajú e São Luís.

O colegiado deve ser eleito para o mandato de dois anos com direito a rodízio. Também com direito a dois porta-vozes, um feminino, que por agora é a Marina Silva e um masculino, que é o Cássio Martins, de Minas Gerais. Os porta-vozes poderão ser remanejados ao longo de dois anos, numa rotatividade que o próprio colegiado definiu como limitação dos mandatos para, no máximo, dois anos por cada representante, a fim de evitar as cristalizações no poder.

Outro diferencial da Rede, conforme disse Marina, é a possibilidade que a nova sigla vai dá, de 30% das suas vagas de candidatura serem ocupadas por pessoas independentes, ou seja, sem atrelação paritdária, como já prevê o Estatuto provisório do futuro partido. O Estatuto também propõe que as contribuições públicas de campanha sejam de iniciativa popular. "Queremos quebrar a velha lógica de que poucos contribuam com muito. A intenção é fazer com que muitos contribuam com pouco, para evitar o abuso do poder econômico nos processos eleitorais", sugere Marina.

A criação de um Conselho Externo é mais uma proposta da sigla para avaliar o desempenho da Rede a cada ano e apresentar um relatório para a sociedade, que ajude a fazer um controle social.

A Ex-ministra também falou que não gosta de antecipar possível candidatura e está focada na criação da Rede, quando indagada sobre uma candidatura a presidente da República em 2014.

Sobre a onda de manifestação que acontece no Brasil, a líder falou que ela representa um novo ativismo social que é autoral e multi-cêntrico, representado por um novo sujeito político, fruto de um modelo de política diferente que vem se desenhando no mundo. "Tudo está sendo transformado pela internet, os negócios, a forma de intermediar a informação e de produzir conhecimento, tudo. Ela transborda do virtual para o real. Está sendo assim no mundo inteiro e significa as pessoas dizendo para os que monopolizam a política de que eles não querem mais ser expectadores, de que eles são protagonistas no processo, como estão provando", disse. 


Pedro Barros, um dos coordenadores da Rede, explanou que desde 2010, quando Marina Silva saiu do PT, já era discutida a ideia de se criar algo novo na política que fosse representado pelo poder das redes sociais, interligada em todo o mundo e com um alcance quase incalculável atualmente. Dessa percepção, foi pensado e estruturado um modelo que abrangesse o maior número de adeptos possíveis com o pensamento da inovação. 


Com apenas quatro meses no processo de coleta de assinatura, já foram coletadas mais de 600 mil assinaturas, em tempo recorde, já que, segundo o coordenador, outros partidos tradicionais estão conseguindo fazer isso em um período que varia de oito meses a um ano, justamente por causa da atuação em Rede. “A pretensão é parar de coletar assinaturas quando atingirmos a marca das 800 mil, para garantirmos a criação do partido. Acreditamos que até o fim de julho vamos conseguir".

Depois da coletiva Marina participou de uma reunião com ambientalistas e simpatizantes da causa no Encontro dos Rios, na qual lhe foi apresentado um relatório de 30 páginas com os problemas ambientais do Estado e suas possíveis soluções. Às 16h ela participa de encontro fechado com com lideranças da legenda em criação e a noite ainda ministra palestra no Cine Teatro da UFPI com a temática Meio Ambiente e Sustentabilidade. 

Fonte: Capital Teresina

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Eginoaldo

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