Dom Carmelo Scampa visitou o Oeste Goiano.Ele é Bispo da Diocese de São Luís de Montes Belos, da qual faz parte Iporá. Ele visitou a cidade durante toda uma semana do mês de setembro, entre 18 e 24/10. Foram dias de contato do Bispo com vários segmentos da sociedade local. Em uma destas visitas o líder religioso passou pelo Oeste Goiano. Em nossa redação foi entrevistado. Perguntado sobre o avanço de igrejas evangélicas, ele disse que o catolicismo é contra o discurso fácil que algumas igrejas fazem, prometendo prosperidade em troca da adesão à seitas. Para ele, a mesagem cristã é de que o fiel precisa carregar a cruz e seguir Cristo. Vamos à entrevista completa:
OESTE GOIANO – Qual a impressão que o senhor teve de Iporá após visita a vários órgãos, instituições, etc...?BISPO DOM CARMELO – Essa visita pastoral que fazemos é diferente de uma visita fiscal. Visitamos como pastor de uma Igreja que procura conhecer a realidade de um povo. Procuramos ver a situação religiosa e pastoral da Igreja aqui. Isso que faço é obrigação de cada bispo fazer, pelo menos, de 5 em 5 anos, para poder fazer um relatório concreto e objetivo ao Papa. Irei visitar o Papa de 11 a 23 de novembro. Temos impressões muito positivas de Iporá. Trata-se de uma comunidade viva, dinâmica e preocupada nas várias frentes para o bem comum. Esta comunidade procura encarnar, nos limites do possível, o espírito do Evangelho.
OESTE GOIANO – O relatório destas visitas em Iporá pode resultar em alguma ação especial da Igreja para a cidade?BISPO DOM CARMELO – Depois de cada visita pastoral a gente manda uma carta a cada paróquia. Com as impressões e, quando necessários, indicações para estimular certos grupos com mais apoio. Para ser sincero não terei todas as condições de poder apresentar isso de forma completa porquer há um limite de tempo nestas visitas e ainda porque as visitas são de cunho mais cordial do que de confronto. Não foi possível visitas às comunidades rurais e o contato com cada pastoral. Mas depois serão dadas algumas orientações e a comunidade fará uso destas para evangelizar melhor.
OESTE GOIANO – Como está a Igreja Católica nesta diocesse com relação ao suprimento das paróquias. Está faltando padres?
BISPO DOM CARMELO – A situação é muito precária ainda. Em 2.011 completaremos 50 anos de criação da Diocese de São Luís de Montes Belos. E desse período, atualmente, a diocese tem só 15 padres diocesanos. Os demais são religiosos ou emprestados. Não é possível fazer o trabalho pastoral como a circunstância exigiria. As paróquias da diocese são 37 e os municípios 36. Destas, 18 ainda não tem padre residente. Em Iporá tem 4 padres. Existem padres com idade que tem impedimentos de saúde e por isso não podemos exigir deles tanto. Os 4 de Iporá atendem 4 municípios. Além de Iporá, atendem Amorinópolis, Israelândia e Jaupaci. O problema das forças apostólicas é muito sério e muito grave para nós e por isso estamos investimento na formação das vocações sacerdotais diocesanas. Construimos o Seminário Menor em São Luís de Montes Belos e o Seminário Maior para teologia e filosofia em Goiânia. Temos 6 candidatos em São Luís e 10 em Goiânia, mas é bem pouca coisa diante das necessidades pastorais e dos desafios da região. Temos que investir na promoção de vocações locais e esta não é tarefa só do Bispo. As comunidades precisam fazer isso.
OESTE GOIANO – Fato muito dito ultimamente é sobre o avanço das igrejas evangélicas. E na nossa região, há dados estatísticos quanto a isso e o que o senhor diz sobre este assunto?BISPO DOM CARMELO – Não temos dados estatísticos. Mas é preciso ter presente uma coisa: Goiânia é tida como a capital protestante do Brasil. O número de denominações religiosas e de seitas é muito alto. Cesarina, uma cidade de nossa Diocese, cidade de 9 mil habitantes, tinha 3 anos atrás, 17 igrejas diferentes com 17 pastores e o padre católico lá não tinha. Agora temos lá um destes padres emprestados. O número de igrejas protestantes avançam. É uma estratégia também. O aumento do protestantismo na América Latina não é fruto de conversões não, nem é fruto de insatisfação com a Igreja Católica não. É fruto de estratégias políticas que vem dos Estados Unidos comprovados em discursos de Rockfeller. Isto é algo que está acontecendo em resposta a um projeto. Qual é este projeto? Na medida em que desestruturamos a religião e família desestruturamos um povo. O catolicismo na América Latina é muito forte. Não dá para derrubá-lo Vamos dividi-lo, pretendem e aí entra as seitas. Deveríamos questionar isso com uma evangelização mais profunda, mais bíblica e mais à altura do dia de hoje. Temos um protestantismo que procura fazer prosélitos, eliminando as dificuldades que Jesus Cristo colocou no caminho do discípulo. Quando ouvimos mesagens como aquele que manda se entregar a Jesus que ele resolve isso, resolve aquilo, aí estamos agindo na lógica anti-evangélica, porque a lógica de Jesus Cristo é aquela de que quem quiser o seguir que renuncie a si mesmo, carregue a sua cruz todos os dias e venha atrás de mim. Não deve ser o discurso da prosperidade que algumas igrejas fazem.
Fonte: Oeste Goiano
OESTE GOIANO – Qual a impressão que o senhor teve de Iporá após visita a vários órgãos, instituições, etc...?BISPO DOM CARMELO – Essa visita pastoral que fazemos é diferente de uma visita fiscal. Visitamos como pastor de uma Igreja que procura conhecer a realidade de um povo. Procuramos ver a situação religiosa e pastoral da Igreja aqui. Isso que faço é obrigação de cada bispo fazer, pelo menos, de 5 em 5 anos, para poder fazer um relatório concreto e objetivo ao Papa. Irei visitar o Papa de 11 a 23 de novembro. Temos impressões muito positivas de Iporá. Trata-se de uma comunidade viva, dinâmica e preocupada nas várias frentes para o bem comum. Esta comunidade procura encarnar, nos limites do possível, o espírito do Evangelho.
OESTE GOIANO – O relatório destas visitas em Iporá pode resultar em alguma ação especial da Igreja para a cidade?BISPO DOM CARMELO – Depois de cada visita pastoral a gente manda uma carta a cada paróquia. Com as impressões e, quando necessários, indicações para estimular certos grupos com mais apoio. Para ser sincero não terei todas as condições de poder apresentar isso de forma completa porquer há um limite de tempo nestas visitas e ainda porque as visitas são de cunho mais cordial do que de confronto. Não foi possível visitas às comunidades rurais e o contato com cada pastoral. Mas depois serão dadas algumas orientações e a comunidade fará uso destas para evangelizar melhor.
OESTE GOIANO – Como está a Igreja Católica nesta diocesse com relação ao suprimento das paróquias. Está faltando padres?
BISPO DOM CARMELO – A situação é muito precária ainda. Em 2.011 completaremos 50 anos de criação da Diocese de São Luís de Montes Belos. E desse período, atualmente, a diocese tem só 15 padres diocesanos. Os demais são religiosos ou emprestados. Não é possível fazer o trabalho pastoral como a circunstância exigiria. As paróquias da diocese são 37 e os municípios 36. Destas, 18 ainda não tem padre residente. Em Iporá tem 4 padres. Existem padres com idade que tem impedimentos de saúde e por isso não podemos exigir deles tanto. Os 4 de Iporá atendem 4 municípios. Além de Iporá, atendem Amorinópolis, Israelândia e Jaupaci. O problema das forças apostólicas é muito sério e muito grave para nós e por isso estamos investimento na formação das vocações sacerdotais diocesanas. Construimos o Seminário Menor em São Luís de Montes Belos e o Seminário Maior para teologia e filosofia em Goiânia. Temos 6 candidatos em São Luís e 10 em Goiânia, mas é bem pouca coisa diante das necessidades pastorais e dos desafios da região. Temos que investir na promoção de vocações locais e esta não é tarefa só do Bispo. As comunidades precisam fazer isso.
OESTE GOIANO – Fato muito dito ultimamente é sobre o avanço das igrejas evangélicas. E na nossa região, há dados estatísticos quanto a isso e o que o senhor diz sobre este assunto?BISPO DOM CARMELO – Não temos dados estatísticos. Mas é preciso ter presente uma coisa: Goiânia é tida como a capital protestante do Brasil. O número de denominações religiosas e de seitas é muito alto. Cesarina, uma cidade de nossa Diocese, cidade de 9 mil habitantes, tinha 3 anos atrás, 17 igrejas diferentes com 17 pastores e o padre católico lá não tinha. Agora temos lá um destes padres emprestados. O número de igrejas protestantes avançam. É uma estratégia também. O aumento do protestantismo na América Latina não é fruto de conversões não, nem é fruto de insatisfação com a Igreja Católica não. É fruto de estratégias políticas que vem dos Estados Unidos comprovados em discursos de Rockfeller. Isto é algo que está acontecendo em resposta a um projeto. Qual é este projeto? Na medida em que desestruturamos a religião e família desestruturamos um povo. O catolicismo na América Latina é muito forte. Não dá para derrubá-lo Vamos dividi-lo, pretendem e aí entra as seitas. Deveríamos questionar isso com uma evangelização mais profunda, mais bíblica e mais à altura do dia de hoje. Temos um protestantismo que procura fazer prosélitos, eliminando as dificuldades que Jesus Cristo colocou no caminho do discípulo. Quando ouvimos mesagens como aquele que manda se entregar a Jesus que ele resolve isso, resolve aquilo, aí estamos agindo na lógica anti-evangélica, porque a lógica de Jesus Cristo é aquela de que quem quiser o seguir que renuncie a si mesmo, carregue a sua cruz todos os dias e venha atrás de mim. Não deve ser o discurso da prosperidade que algumas igrejas fazem.
Fonte: Oeste Goiano
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