As autoridades nigerianas investigam nesta segunda-feira os ataques atribuídos a islâmicos que causaram a morte de pelo menos 40 pessoas, quando, no dia de Natal, várias bombas explodiram em igrejas na saída da missa.
A violência foi condenada pelo Vaticano, França, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos.
O Papa Bento XVI expressou nesta segunda-feira a sua "profunda tristeza" depois dos ataques, ressaltando que a violência leva "apenas dor, destruição e morte".
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu o fim da violência na Nigéria, que é o país mais populoso da África com 160 milhões de habitantes divididos igualmente entre muçulmanos, majoritários no norte, e cristãos, mais numerosos no sul.
O governo atribuiu a responsabilidade dos três ataques à seita islâmica Boko Haram. Dois visaram igrejas e o terceiro um comboio do serviço secreto.
Um outro atentado contra uma igreja no sábado à noite não deixou nenhuma vítima fatal. Habitantes também relataram uma explosão que teria ocorrido no domingo perto de uma igreja de Maiduguri (nordeste), informação desmentida por um porta-voz do exército.
O atentado mais grave, contra a igreja católica de Santa Teresa em Madalla, perto da capital Abuja, fez 35 mortos, segundo o último boletim comunicado por uma fonte eclesiástica, e foi reivindicado pelo Boko Haram.
A explosão ocorreu quando os fiéis saíam do edifício após a missa. Alguns morreram queimados em seus carros, enquanto outros, gravemente feridos, precipitaram-se na direção de um padre para pedir a extrema unção.
Os ataques de Natal ocorrem após dois dias de confrontos, quinta e sexta-feira, entre membros do Boko Haram e as forças de ordem no nordeste, que fizeram cerca de 100 mortos.
O presidente, Goodluck Jonathan, condenou a violência e prometeu que tudo será feito para que os culpados sejam julgados. Mas, até o momento, as autoridades não conseguiram impedir que a seita multiplicasse seus ataques, cada vez mais frequentes e mortais.
Habitantes tentam fugir de Damaturu Embora as autoridades acusem o Boko Haram, um porta-voz da polícia afirmou nesta segunda-feira que a investigação sobre o bombardeio Madalla não exclui outras pistas.
"Nós estamos olhando para além do Boko Haram, pois outros indivíduos, que desejam desestabilizar o governo, poderiam agir em nome do Boko Haram", disse à AFP Richard Oguchi.
Ele afirmou que três policiais estavam entre os 35 mortos da igreja de Santa Teresa de Madalla e que nenhuma prisão foi realizada.
O conselheiro de segurança nigeriana, Owoye azazi, anunciou no domingo que "dois criminosos foram presos em flagrante".
Uma explosão fora da igreja de Santa Teresa causou cenas de caos, jovens enfurecidos ameaçavam atacar uma delegacia de polícia, enquanto os policiais dispararam para o ar para dispersá-los.
A explosão arrancou o telhado do edifício e fez buracos nas paredes.
Pouco depois de Madalla, uma bomba atingiu um igreja protestante em Jos (centro), matando um policial.
Em Damaturu, no nordeste, um homem-bomba lançou seu carro contra um comboio dos serviços de inteligência da polícia (SSS), matando três policiais e a si mesmo.
Uma outra explosão foi relatada domingo em Damaturu, mas nenhuma vítima foi registrada.
Nesta segunda-feira, centenas de habitantes foram vistos em pontos de ônibus ou à espera de táxis na tentativa de fugir da cidade.
Observadores temem que o Boko Haram, cujas ações estão se tornando mais sofisticadas, tenham desenvolvido ligações com a filial norte-africana de Al-Qaeda.

Fonte: Terra
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Eginoaldo

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