Naquela época, era costume das famílias judias parar em Jerusalém para rezar no antigo templo, destruído pelos romanos no ano 70 depois de CristoDentro das muralhas de Jerusalém, com quase quatro mil anos de história, cidade sagrada para judeus, cristãos e mulçumanos é onde começa nossa viagem para conhecer o lugar onde Jesus nasceu. Por essas ruas antigas, onde hoje vemos comércio e turistas, provavelmente passou Nossa Senhora, grávida, pouco antes do Natal.

Maria e o marido José saíram de Nazaré, onde moravam, e viajaram 150 quilômetros até Belém. Naquela época, era costume das famílias judias parar em Jerusalém para rezar no antigo templo, destruído pelos romanos no ano 70 depois de Cristo.

O Muro das Lamentações, lugar sagrado para os judeus, é na verdade o que restou do muro ocidental daquele templo. Atrás, estão a Mesquita de Alacsa e o Domo da Rocha, templos sagrados para os muçulmanos.
Hoje a cidade recebe turistas do mundo todo. Maria, grávida, e o marido José decidiram viajar até Belém, porque era a cidade da família dele e tinham sido convocados para participar de um censo demográfico organizado pelo Império Romano. Hoje a saída para Belém é pelo Portão de Jaffa, construído no século 16, 500 anos atrás. Mas na época, certamente, as muralhas de Jerusalém tinham outra saída perto do local.

Naquele tempo, quase não havia construções fora das muralhas. Maria e José devem ter seguido por um caminho de pedras, pelas montanhas rochosas repletas de oliveiras. Hoje tudo é muito diferente. A primeira coisa que se encontra quando sai da cidade velha, é um shopping moderno, que nessa época do ano recebe uma decoração especial. Mas não é para o Natal, e sim para Hanukkah, a festa das luzes celebrada pelos judeus. Nessa parte de Jerusalém, não há qualquer referência ao Natal dos cristãos. Não tem Papai Noel.

O caminho de Jerusalém até o lugar onde teria nascido o menino Jesus, em Belém, tem aproximadamente dez quilômetros. O percurso é cheio de subidas íngremes, o trânsito é intenso. A paisagem certamente mudou – ou será que naquele tempo também tinha mercadinho 24 horas?

No lugar do posto de gasolina, é possível imaginar um poço para beber água, um lugar para descansar. Toda essa região já vivia muitos conflitos no tempo de Jesus. Historiadores dizem que levantes contra o Império Romano eram frequentes. Hoje também há disputas e tensões. Um bairro inteiro foi construído por Israel em um pedaço de terra reivindicado pelos palestinos. É o que eles chamam de assentamento.

Cerca de um quilômetro depois, chegamos num “check point”, uma barreira controlada pelo Exército de Israel. Neste lugar, pedem para a equipe de reportagem do Fantástico desligar a câmera. A equipe do Fantástico pegou um taxi para tentar gravar a travessia de dentro do carro. Soldados israelenses controlam a passagem no muro de 12 metros de altura.

Quando Maria e José chegaram em Belém, logo procuraram um lugar para passar a noite. O Fantástico encontrou, logo de cara, uma bandeira do Brasil e uma agradável surpresa: o dono da loja, Seu Brasil, conta que faz negócios com empresas brasileiras, é fã do nosso país e, por isso, está aprendendo português. “Feliz Natal, feliz Natal para toda a sua família. Obrigado”, disse.

Pelas ruas de Belém, agora sim, há Papais Noéis e árvores de Natal. Vemos também que uma velha tradição se mantém: artesãos trabalham a madeira, como fazia José, que era carpinteiro.

Em outra parte do caminho, descobrimos que, dois mil anos depois, os pastores e as ovelhas continuam fazendo parte do cenário. No dia do Natal, segundo a Bíblia, pastores estavam no campo cuidando do rebanho de ovelhas quando receberam a visita de um anjo, que anunciou o nascimento do menino Jesus.

Finalmente chegamos na Basílica da Natividade, lugar onde, segundo a tradição cristão, Jesus teria nascido. O templo foi construído mais de 1,6 mil anos. A entrada principal é baixinha, dizem que por dois motivos: para que ninguém entre lá dentro montado a cavalo e para que as pessoas, num gesto de humildade e reverência, tenham que abaixar a cabeça antes de entrar.

É um lugar emocionante para turistas e peregrinos que vêm do mundo todo. O velho templo hoje é administrado por três igrejas: a dos cristãos ortodoxos da Armênia, a dos ortodoxos gregos e os católicos. Os cristãos acreditam que a estrela colocada no chão é um lugar sagrado. É o lugar onde Nossa Senhora teria colocado o menino Jesus em uma manjedoura. As pessoas normalmente vêm, colocam a mão na estrela, se ajoelham e rezam por um instante. Para os cristãos, foi nesse lugar humilde, uma gruta, que Deus se fez homem para salvar a humanidade.

Fonte: Gazeta Web
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Eginoaldo

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