Especialista alerta que eleitos precisam focar o trabalho para toda a população e não apenas à igreja
Na corrida por uma vaga no Legislativo de Ribeirão Preto, candidatos a vereador buscam nos redutos evangélicos votos para se eleger. Para isso, alguns chegam a associar sua imagem com as dos líderes evangélicos de destaque nacional.
Entre os "figurões" de peso, Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, e o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus - Vitória em Cristo, aparecem desde a semana retrasada no horário eleitoral pedindo votos para seus "afilhados".
Já os atuais vereadores evangélicos, que buscam a reeleição, apostam na fidelidade dessa parcela do eleitorado para se manter no cargo eletivo.
Concorrendo pela quarta vez, o pastor da Assembleia de Deus Josias Santana (PR) reconhece que o apoio de Malafaia pode ajudá-lo a captar votos entre os eleitores evangélicos. "Ele é uma pessoa muito respeitada no meio", diz.
Já o pastor Cleudo José (PR) acredita que o depoimento de Valdemiro ajuda a difundir para os eleitores ser um candidato diferenciado entre os demais. O candidato trabalha com projeto social em favelas há seis anos.
Trabalhar no reduto
Pastor licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, o vereador Saulo Rodrigues (PRB) mira a simpatia dos quase 12 mil membros da igreja. Na última eleição, o parlamentar obteve 3,5 mil votos.
Também foram eleitos com aval dos evangélicos Gláucia Berenice (PSDB), Samuel Zanferdini (PMDB), Walter Gomes (PR), Cícero Gomes (PMDB) e Giló (PR).
Igreja Católica opta pela neutralidade
O pároco da Catedral Metropolitana de São Sebastião, Francisco Moussa, o padre Chico, diz que a Igreja Católica não pode ter ligação partidária e, por isso, mantém-se na neutralidade. "Não podemos ser padre de um partido ou candidato, mas de todo o povo", diz.
Segundo ele, o apoio explícito a uma pessoa que concorre a um cargo eletivo pode causar mal-estar dentro de uma comunidade e corre-se o risco de ser injusto. O pároco avalia ainda que a política vive hoje um problema ético. "Se um padre apoia um determinado candidato e, depois de eleito, ele se corrompe, vão criticar a igreja", diz.
Entretanto, Chico afirma que os padres são orientados a acolher todos os candidatos, sem fazer qualquer distinção partidária. Em pronunciamento público na semana passada, o cardeal da Arquidiocese de São Paulo, Dom Odilo Scherer, ressaltou que o voto dos cidadãos é livre e não deve ser imposto aos fiéis, como por "cabresto eleitoral".
Segundo ele, instruções foram passadas para que os espaços e os momentos de celebrações religiosas não sejam utilizados para a propaganda eleitoral partidária, nem para pedir votos para candidatos
Fonte: Jornal A Cidade
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