No calor da sucessão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará, pela primeira vez desde que foi eleito, dos atos do 1.º de Maio das centrais sindicais em São Paulo, na função de cicerone de Dilma Rousseff. Em contrapartida, o tucano José Serra, deve se encontrar com lideranças evangélicas em Camboriú (SC). A estratégia dos petistas é usar a presença histórica de Lula, num momento de pouca rivalidade entre as centrais, para tentar aumentar a inserção de Dilma entre servidores públicos do Estado. Seria um contraponto com os tucanos, que têm larga vantagem eleitoral em São Paulo.

No 1º de Maio de 2004, 2005 e 2006, Lula participou da missa em homenagem aos trabalhadores em São Bernardo do Campo, mas nunca esteve em nenhum evento das centrais desde eleito. Já o PSDB avaliou que a ida de Serra a Santa Catarina no sábado é estratégica para evitar um confronto com Lula no berço do sindicalismo, histórico eleitorado petista. Como governador, Serra enfrentou embates com servidores da educação e afirmou que os protestos, feitos por entidade ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), eram políticos. As centrais afirmam que convidaram todos os presidenciáveis.

O PT aposta nos dividendos eleitorais com o tom de despedida que Lula, no último ano de governo, deve dirigir aos trabalhadores. Além de Dilma, o pré-candidato ao governo, Aloizio Mercadante, e a pré-candidata ao Senado, Marta Suplicy, estarão ao lado do presidente nos eventos da CUT, Força Sindical, e no ato conjunto das entidades UGT, CTB e NCSD. Longe de São Paulo, Serra participará do 28º Congresso Internacional de Missões dos Gideões Missionários da Última Hora O convite foi feito pelo pastor Everaldo Pereira, presidente do PSC, cotado para fechar aliança nacional com os tucanos. Organizadores do evento estimam um público de 20 mil evangélicos Para os tucanos, a agenda alternativa proporcionará maior retorno eleitoral.

A fuga dos tucanos dos eventos das centrais vai na contramão das articulações feitas pelo PSDB nos bastidores em busca de apoio no meio sindical. O partido tem investido numa aproximação com entidades sindicais. Em São Paulo, a interlocução é comandada pessoalmente pelo pré-candidato Geraldo Alckmin. Nem ele nem Serra confirmaram a presença, até ontem, em atos das centrais. A investida do PSDB ao setor atrelado ao PT passa pela inclusão, em sua chapa, de candidatos com representação sindical Um exemplo foi a filiação ao PSDB de Antônio de Sousa Ramalho, um dos vice-presidentes da Força Sindical, diretamente patrocinada por Alckmin. (Malu Delgado, Julia Duailibi e Silvia Amorim - AE)

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

Share To:

Eginoaldo

Post A Comment: