Caso de abuso em coral dirigido pelo irmão do Papa Bento 16 é o mais recente da lista


3.mar.2010/Johannes Eisele/Reuters
Foto por 3.mar.2010/Johannes Eisele/Reuters
Estudantes caminham em monastério de Ettal, a 100 km de Munique,
na Alemanha; escândalo sexual atingiu tradicional colégio católico

A Igreja Católica enfrenta nos últimos meses uma série de escândalos de abusos sexuais, o principal deles em um coro alemão dirigido pelo irmão do Papa Bento 16. Os casos aumentam um longo histórico de abusos cometidos por padres em diversos países, dos Estados Unidos à Irlanda.

O escândalo da Alemanha eclodiu no final de janeiro, no prestigioso colégio jesuíta Canisius, de Berlim. O reitor da instituição admitiu que muitos alunos haviam sido vítimas de abusos sexuais nos anos 70 e 80.

A denúncia se estendeu para outros estabelecimentos escolares religiosos, como o colégio Ettal, na Baviera, e já provocou várias demissões de clérigos.

Nesta sexta-feira (5), o escândalo atingiu o coro dos meninos cantores de Regensburg, também na Baviera, dirigido de 1964 a 1993 pelo bispo Georg Ratzinger, irmão de Bento 16.

O bispado de Regensburg reconheceu um caso de abusos sexuais que remonta ao começo da década de 50, mas indicou que dispõe "de informações sobre vários casos de supostos abusos entre 1958 e 1973". O monsenhor Ratzinger declarou a uma rádio local que não sabe de nada.

O Vaticano "leva muito a sério qualquer assunto de escândalo sexual de pederastia na Alemanha", assegurou à agência France Presse o padre Ciro Benedettini, vice-diretor da sala de imprensa do Vaticano. Ele se negou a comentar o caso de Regensburg. A conferência episcopal alemã encarregou o bispo de Tréveris, monsenhor Stephan Ackermann, de esclarecer o caso.

O presidente da Conferência Episcopal, monsenhor Robert Zollitsch, vai se reunir no dia 12 de março com o Papa, que, desde o início de seu pontificado, condenou duramente os comportamentos que geram "vergonha" e assegurou que os culpados "não têm lugar na igreja".

Até o final do século 20, a Igreja Católica, tentando preservar a sua imagem, optava por manter os casos em segredo e mudava os culpados de posto.

Os escândalos sexuais desgastam a instituição, muito presente entre os mais jovens por meio da catequese e dos estabelecimentos de ensino. Além disso, as denúncias custam muito dinheiro, devido ao pagamento de indenizações às vítimas.

O monsenhor Denis Brenna, bispo de Ferns, no sudeste da Irlanda, chegou a pedir ajuda aos fiéis para indenizar as vítimas.

Na região de Dublin, vários sacerdotes abusaram sexualmente de centenas de crianças durante décadas sem que seus superiores, que sabiam o que estava acontecendo, os denunciassem.

Outro escândalo veio à tona na última segunda-feira (1º), na Holanda, onde a Ordem dos Salesianos de Dom Bosco anunciou a abertura de uma investigação sobre abusos sexuais cometidos por religiosos contra alunos de um colégio interno de Arnhem na década de 60.

Em outro escândalo sexual, a Congregação dos Legionários de Cristo do México pediu "perdão" nesta quinta-feira (4) aos supostos filhos de seu fundador, o padre Marcial Maciel, que foram vítimas de abusos do religioso mexicano, morto em janeiro de 2008 aos 87 anos.

Fonte: R7

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Eginoaldo

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