Por James Mackenzie
CANNES, França (Reuters) - Diego Maradona esteve em Cannes nesta terça-feira para apresentar um filme que conta a história de um dos jogadores mais brilhantes e imprevisíveis do futebol mundial e foi recebido em clima praticamente de devoção religiosa.
"Maradona by Kusturica" permitiu ao diretor sérvio Emir Kusturica cultuar sua admiração pelo ídolo esportivo.
"Nos dias de hoje, quando a popularidade é projetada através do futebol como um esporte supremo no planeta, ele está qualificado para ser um deus", disse Kusturica em entrevista coletiva.
Kusturica, duas vezes ganhador da Palma de Ouro do festival, começou a produzir "Maradona" em 2005, quando o ex-jogador era apenas sombra do grande atleta que encantou o mundo na década de 1980, lutando contra males decorrentes do uso de drogas e álcool.
"Não foi particularmente difícil falar sobre isso. O que é bom é que eu sobrevivi para falar", afirmou Maradona.
Lançado após a obra do diretor norte-americano James Toback sobre o ex-lutador Mike Tyson, o filme, que é exibido fora da competição, é o segundo em Cannes a tratar de um herói esportivo envolvido com problemas pessoais.
Maradona, de 41 anos, saiu do bairro pobre de Buenos Aires Villa Fiorito para o auge do esporte, culminando com o título mundial de 1986, incluindo dois dos gols mais famosos da história do futebol.
Os dois gols contra a Inglaterra, um com a "mão de Deus" -- como ele próprio definiu depois -- e outro driblando toda a defesa inglesa, foram alguns dos lances mais geniais da carreira do jogador.
Mas além de mostrar os gols do jogador, há poucas cenas de Maradona em atividade nos gramados, em um filme que frequentemente mostra o diretor, que na sequência inicial é apresentado como "o Maradona do cinema".
Há denúncias contra o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, cenas de Maradona com Fidel Castro e imagens de protestos anti-globalização e exposição política.
"Não somos todos obrigados a pensar como os norte-americanos", disse Maradona. "Todos nós temos o direito de pensar ou falar ou nos expressar. Todos nos temos o direito a liberdade."
Fonte: Reuters 2008
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