Ao ser preso no começo deste mês sob a acusação de estupro, o pastor Laercio Eugênio, 53, da Assembleia de Deus, assumiu que tinha, sim, engravidado a garota de 14 anos. Mas não se tratou de violência sexual, afirmou, porque a gravidez da menina foi uma “promessa de Deus”.

O pai da menina é caminheiro e a mãe, empregada doméstica. Eles moram em Santana do Livramento, cidade gaúcha de 82 mil habitantes que fica a 498 km de Porto Alegre. (Foto- "pastor" Laercio Eugênio)

A menina trabalhava de empregada doméstica na casa do pastor -- ele é casado -- desde os sete anos.

Os pais e tios da adolescente são muito religiosos e acreditavam que, na casa do pastor, ela estava bem encaminhada. Mas os abusos começaram quando ela tinha 13 anos, segundo a polícia. Pela lei, violência sexual até essa idade é considerado estupro, haja ou não consenso da menor, e a pena, nesse caso, é mais pesada.

Na casa da menina a polícia encontrou cerca de 300 cartas trocadas entre ela e o pastor. Na correspondência, a garota demonstra acreditar ter sido mesmo escolhida por Deus para ter um filho com o pastor. Tal inocência pode ser explicada, em parte, pela religiosidade de seus pais.

A polícia confiscou as cartas como provas do crime.



Em entrevista ao ZH, a menina (foto acima) falou que, de início, tinha o pastor com um pai. “Mas quando ele começou a falar que Deus tinha me escolhido para ser a mãe do filho dele, eu comecei a acreditar e a gostar dele. Agora já não sei explicar o que sinto por ele.”

Quando a mãe dela descobriu a gravidez por causa dos enjoos, a menina resistiu em contar quem era o pai. A gestação está no terceiro mês.

Eugênio está à disposição da Justiça em um presídio estadual, onde ele corre o risco de topar com algum detento tarado que possa achar que o pastor é também “uma promessa de Deus”.

Fonte: Zero Hora
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Eginoaldo

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