- Trabalhar com jovens é comum, toda emissora gosta de produtos voltados para essa faixa. O difícil é fugir do preestabelecido. Por isso eu optei por mostrar grupos que não são representados, e tentei não ficar no superficial, me aprofundar nos temas e no universo que abordo - explica.
Goifman foi mesmo fundo na pesquisa. Nos programas, ele apresenta diversas tribos de jovens: investidores financeiros, detetives, veneradores da Era Vitoriana, adeptos do body modification (a introdução de piercings e outros materiais, como espetos e chifres, pelo corpo), entre outros.
- O programa tem humor, drama e, principalmente, muitas histórias de vida. Não é porque o cara tem 20 e poucos anos que não tem história para contar - analisa o diretor, que considerou um dos maiores desafios tratar de temas aparentemente batidos, como a tribo dos skatistas. - Esse grupo é manjado, mas aí usamos o mote para discutir a cidade e como o jovem a percebe. Quando o assunto é conhecido, tento dar outro enfoque. E, claro, temos que saber discernir o que é um fenômeno que reúne massas, como os cosplayers (adolescentes que se vestem como personagens de mangás japoneses) e o que é modinha somente entre quatro pessoas.
Um dos grandes trunfos do programa é mostrar a contradição própria da juventude - como os gays evangélicos que frequentam a igreja que os discrimina - e sua vontade de pertencer a um movimento específico. O diretor parte dessa proposta para gerar outras discussões, mais atuais, como o jovem e o álcool, tema que vem à tona quando o diretor explora o mundo dos jovens detetives.
- Essa profissão é uma demanda dos pais, que querem saber o que seus filhos fazem nas baladas e não dá para mandar alguém mais velho para a boate. A partir dessa nova profissão, falamos da paranoia que tomou conta do mundo de hoje, e de como os pais não têm mais contato com seus filhos.
Fonte: O Globo
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