- Eu estava falando com um amigo irlandês recentemente que estava dizendo como está difícil em algumas partes da Irlanda passar pelas ruas usando um colarinho clerical - disse ele à BBC, em uma entrevista gravada no dia 26 que vai ao ar na íntegra na segunda-feira. - E uma instituição tão ligada à vida de uma sociedade, de repente perdendo toda a sua credibilidade - isso não é um problema só para a Igreja, é um problema para todos na Irlanda.
Em resposta ao líder anglicano, o arcebispo de Dublin, Diarmuid Martin, disse estar chocado com as declarações de Williams.
" Aqueles que trabalham para a renovação da Igreja Católica na Irlanda não precisavam desse comentário "
"Tenho sido mais do que franco ao abordar as falhas da Igreja Católica na Irlanda. Eu ainda estremeço quando penso no dano causado às crianças abusadas. Eu reconheço que sua igreja falhou com eles", disse em declaração publicada no site da arquidiocese. "Aqueles que trabalham para a renovação da Igreja Católica na Irlanda não precisavam desse comentário neste fim de semana de Páscoa e não merecem isso".
Um relatório divulgado pelo governo irlandês informou que a igreja havia escondido "obsessivamente" casos de pedofilia entre 1975 e 2004. Segundo o relatório, um padre admitiu ter abusado de mais de cem crianças. Outro disse ter abusado de crianças a cada duas semanas por mais de 25 anos. Em resposta às denúncias, o Papa enviou em março uma carta aos irlandeses em que lamentava os escândalos. O texto foi criticado, no entanto, por não apresentar medidas concretas que seriam tomadas contra os acusados.
Bento XVI visitará o Reino Unido em setembro deste ano. O arcebispo da Cantuária disse que vai se reunir com o Papa no Palácio Lambeth, sua residencial oficial, afirmando que ele será recebido como um parceiro. Na entrevista, Williams disse que, diante da opção entre se proteger ou revelar segredos potencialmente danosos, instituições cristãs decidiram ficar quietas para preservar sua credibilidade.
- Nós aprendemos que isso é danoso, é errado, é desonesto e exige este difícil reconhecimento, o qual deveria ser natural para a igreja cristã baseada, como está, em arrependimento e honestidade - afirmou.
Fonte: O Globo
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