Essa entrevista foi feita por Email, quero agradeecer a Michel Vita e a Camila Rossi (Assessores de companha da Marina) que intermediaram a Entrevista.

1ª questão: Em relação ao "PLC 122/2006" a Senhora é a favor ou contra? E se pudesse fazer alguma alteração neste projeto o que a Senhora mudaria?

Devemos lutar contra todas as formas de discriminação. Proponho que cada grupo tenha espaço próprio de participação política e de respeito e atenção às suas demandas específicas, ou seja, uma porta de entrada para suas reivindicações, clara e bem identificada, no governo federal. Os Conselhos de Políticas para as Mulheres e da Juventude, as Conferências de Direitos Humanos e de LGBT são exemplos de instrumentos na luta contra a discriminação e na melhoria da elaboração de políticas para públicos específicos. Políticas de igualdade racial, inclusive a manutenção das cotas para negros, serão reforçadas, como parte de um processo de restauração de equilíbrio aos desequilíbrios históricos contra as minorias.

2ª questão: Vi no site o TERRA que a Senhora é contra a redução da maioridade penal. O que fazer para restaurar os jovens que se perdem nas drogas e estão nas mãos dos traficantes? O Governo poderia fazer parceria com igrejas para ajudar esses jovens?

Nosso compromisso é discutir com a sociedade a política de drogas e investir no esclarecimento, na prevenção e no tratamento dos dependentes.

3ª questão: Marina sua campanha tem crescido em volta dos blogueiros e twitteiros. Como a Senhora tem visto esse apoio?

A internet, usada com ética, é boa ferramenta para divulgar ideias, debate, e não para o embate, pirataria e jogo sujo de difamação anônima. Além disso, nos comprometemos a tanto o processo de arrecadação como de utilização de recursos, serem publicados na Internet durante a campanha, observadas rigorosamente as determinações do Tribunal Superior Eleitoral.

4ª questão: Pergunta feita pelo Pr. John Medcraft Eu gostaria que você fizesse um breve resumo do principais pontos do seu plano de governo, e destacar onde estes pontos diferem ou são iguais às posições de Serra e Dilma.

Dar início a uma série de projetos visando a melhora substantiva nos serviços públicos especialmente na educação.  Não podemos permitir que o país permaneça no atraso em que se encontra e sofra um apagão de capital humano. Precisamos eliminar nosso déficit educacional.. Uma das prioridades será implementar um projeto educacional abrangente que atenda desde as creches passando pelas escolas técnicas até os níveis mais avançados da educação superior e prepare as novas gerações para a transição a um novo cenário econômico e sociocultural.

5ª questão: Tanto se foi prometido uma reforma política e nada aconteceu, a senhora sente a necessidade de alguma mudança? Quais?

Defendo a criação de uma constituinte exclusiva para a realização de reformas, entre elas a política. A constituinte pode ser um caminho para a implantação de regras claras para o jogo político, para que a legislação eleitoral não seja tão desrespeitada durante as eleições, como tem acontecido.

6ª questão: Marina como acabar com o desmatamento? É preciso de uma lei mais rígida para proteger Nossas Florestas?

Primeiro não podemos ter a ilusão de que existe um modelo a ser copiado. Não existe. Mas o Brasil é o país que reúne as melhores condições para o desenvolvimento sustentável. Haverá a necessidade de uma forte combinação do poder público, de instituir regras que não sejam dúbias ou ambíguas, de fazer essa transição rumo ao não desperdício dos recursos naturais e à não degradação ambiental. Precisamos ter mecanismos econômicos e um direcionamento que não seja vacilante em relação ao cumprimento das leis ambientais e, ao mesmo tempo, uma parceria forte com a iniciativa privada. Isso não é algo que se consiga só a partir da ação do poder público. É preciso uma interação entre os diferentes segmentos. Só na agricultura, por exemplo, há inúmeras oportunidades para mudar o modelo de desenvolvimento e sair do modelo predatório. Em geração de energia, que hoje é o setor que mais tem aumentado a emissão de CO2, é possível criar novas alternativas, como energia eólica, de biomassa, solar e de bicombustíveis.

7ª questão: Em relação ao Bolsa Família como ele pode ser melhorado?

Consolidar e ampliar as boas práticas associadas a políticas e programas sociais – Institucionalizar programas que alcançaram bons resultados, tais como o Bolsa Família, partindo da identificação feita por esse programa dos 15 milhões de famílias mais pobres do país, reunidas no Cadastro Único para Programas Sociais, e definindo esse grupo social como usuário principal de iniciativas complementares e associadas, voltadas para a erradicação da pobreza no Brasil.

Ampliar e integrar programas sociais dirigidos para a erradicação da pobreza – Dar maior eficácia, eficiência e efetividade às políticas e programas sociais hoje disponíveis em vários níveis de governo (federal, estadual e municipal), consolidando-os, integrando-os e orientando-os prioritariamente para o atendimento das famílias mais pobres do país, enfatizando de modo específico o atendimento das principais necessidades, bem como a realização de suas melhores habilidades.

8ª questão: Há uma grande pressão em relação à lei do Aborto, qual sua posição em relação a uma lei tão polemica?

Eu não faria um aborto. Eu convivi com amigas e pessoas que fizeram. Acompanhei o sofrimento delas. No entanto, nunca as julguei ou as acusei. Aliás, a fé que eu professo não tem essa atitude de fazer julgamentos. O próprio Jesus dizia: “eu a ninguém julgo”.

O debate não deve ser reduzido a quem é contra ou a favor. Geralmente as mulheres que optam pelo aborto procuram o recurso em um momento de sofrimento, de dor, de desamparo.

Essa questão, no entanto, não pode ser tratada subtraindo aspectos complexos dessa decisão. No processo estão questões de ordens filosóficas, moral, ética e espiritual.

Não se pode esquecer que o aborto traz consequências dramáticas para a pessoa. A ação de abortar acarreta em marcas emocionais, psíquicas e familiares que serão levadas para toda a vida.

Existe ainda um debate que não foi feito na sua profundidade. Temas como este não é de decisão  do executivo. É o Congresso. Mas creio que deveria haver um plebiscito e, assim, ampliar a discussão. Obviamente que, no momento oportuno, cada um apresentará a sua posição.
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Eginoaldo

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