"Sou pastor há mais de 35 anos e conheço a serra como as minhas mãos." Sérgio Alves, 41 anos, provou ontem esta afirmação. Com ajuda de uma lanterna encontrou, de madrugada, no fundo de uma ravina ao lado das Fisgas de Ermelo, na serra do Alvão (Vila Real), dois militares que se perderam na montanha devido ao nevoeiro. A GNR e os bombeiros andavam no terreno e não conseguiam detectar os dois homens, perdidos desde as 22.00.

Foi um elemento do corpo de vigilantes da serra do Alvão que se lembrou de recorrer a um pastor da aldeia de Varzigueto, em plena serra, que seria conhecedor de todos os pontos perigosos da montanha. "Cerca da meia-noite fui acordado por dois elementos da GNR, solicitando a minha ajuda para encontrar dois militares que estariam perdidos junto da queda das Fisgas", contou Sérgio Alves. "Munido de uma pequena lanterna, acompanhado de dois bombeiros fui de imediato para a ravina seguinte à queda de água e cerca das 02.30 consegui ir até meio do declive. Tinha a certeza de que só poderiam estar ali. Fiz sinais, chamei e ouvi uma voz", relatou.

Os dois militares - um tenente--coronel e um 1º sargento - só puderam ser salvos já com a luz do dia. "Tivemos de aguardar até cerca das 06.30 para que os Bombeiros da Cruz Branca, através de técnica de cordas de grande ângulo conseguissem o resgate", relatou. Até lá manteve-se junto dos militares. "Tenho para mim que se o socorro demorasse mais uma hora teria a vida em perigo", disse referindo-se a um dos homens.

Os militares, com um grupo de 30 elementos do Centro da Serra da Carregueira, estavam a realizar a carta militar geográfica do rio Olo. O porta-voz do exército, Hélder Perdigão, desvalorizou os factos, adiantando que tudo esteve controlado ao longo do dia e noite e que os militares resgatados estavam já de boa saúde no aquartelamento respectivo.

Fonte: DN Portugal

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Eginoaldo

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