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por Maria Augusta Brandt, da Redação

Igrejas mobilizam-se em reprovação ao projeto de lei que garante a criminalização da homofobia. Organização religiosa em contraste com a falta de movimentação política e social LGBT

Em tempos como os nossos, nunca é demais relembrar. Há alguns meses fiz uma matéria, publicada aqui no PL, na qual eu ressaltava a opinião de diversos políticos acerca da homossexualidade e das leis que garantem nossos direitos, como a criminalização da homofobia. Como deve ser de conhecimento de todas, durante todo o mês de novembro o Senado Federal disponibilizou em seu site uma enquete, com o objetivo de verificar a opinião da população sobre o PL. 122/2006. A “disputa” entre a aprovação e a reprovação do projeto de lei foi acirrada, um verdadeiro cabo de guerra entre a liberdade de expressão e a ditadura preconceituosa da moral heterossexual.

Porém, pergunto agora: o que nós (homos) fizemos pela aprovação desta lei, além de simplesmente dar-se ao ínfimo trabalho de clicar no “sim” na página do Senado? Apesar dos pesares, ainda somos bastante desorganizados neste sentido e não importa quantas paradas da diversidade façamos, elas não mais resolvem os nossos problemas e demandas políticas e sociais. É preciso mais. Prova da nossa desorganização em relação às políticas que são, sim, de nosso interesse (e de tantos outros que, se não são homossexuais, estão envolvidos com a causa, pelo simples fato de conhecerem e respeitarem a diversidade sexual), é a organização do lado contrário. Igrejas, religiosos e tantos outros preconceituosos e conservadores mobilizaram-se em relação ao PL. 122/2006. Prova real? Basta entrar no site de uma das tantas igrejas evangélicas existentes por aí. Numa delas, nem bem o “fiel” (ou pecadores, no nosso caso) entra, já é bombardeado com um pop-up gigante, sugerindo o envio de email para os senadores em desaprovação ao projeto. “Se você quiser enviar uma mensagem pedindo que cada senador VOTE CONTRA o PL 122/2006, que propõe a punição de toda opinião contrária à prática homossexual, a hora é esta. O endereço eletrônico de cada senador está em anexo, é só copiar e colar no endereçamento”. Há, ainda, até sugestão de texto para o corpo do email. Então, repito a pergunta: o que nós estamos fazendo pela aprovação de uma lei que garante nossa liberdade sexual e individual? Acredito que nada.

É fato que, num país como o nosso, que diz, através da Constituição, garantir a liberdade individual de todos os seus cidadãos, votar e brigar por uma lei que garanta a liberdade sexual é, no mínimo, contraditório. Mas, dentre as tantas outras contraditoriedades deste nosso país, essa é mais uma que se perderá em meio às prioridades individuais de políticos que, em sua maioria, não estão nem de longe preocupados com as minorias.

Para facilitar a vida de quem, por ventura, sentir-se minimamente engajado ou instigado a fazer um pouco mais pela sua própria liberdade, segue, abaixo, o endereço eletrônico dos nossos senadores. Isso é muito pouco, ainda. Mas, já é um começo.

Fonte: Parada lésbica
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Eginoaldo

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