O final de semana foi de registros de violência na cidade. Foram quatro homicídios registrados pela 89ª Delegacia de Polícia. Um dos crimes causou revolta, indignação e o anseio por justiça. Esses são os principais sentimentos da família da evangélica Simone Marques Tavares de Andrade, 41 anos, que residia no Jardim Primavera. Ela foi morta com uma bala perdida que lhe atingiu a cabeça no último sábado, por volta das 19h30min, na Rua 4, no bairro Alegria Velha (Itapuca).
Simone e seu companheiro, que por motivos de segurança tem o nome mantido sob sigilo, passavam pelo local em suas bicicletas quando foram surpreendidos por uma troca de tiros envolvendo quatro jovens. A mulher foi atingida na cabeça e caiu da bicicleta, momento em que seu companheiro, mesmo sem perceber sua lesão, correu ao seu encontro, se debruçando sobre ela para protegê-la dos disparos. Porém, o inevitável já havia acontecido.
Mesmo ferida ela sussurrou o nome do companheiro, antes de ser socorrida, ainda com vida, pela ambulância do Corpo de Bombeiros. Segundo familiares, além do ferimento na cabeça Simone sofreu um ataque cardíaco e faleceu no Hospital de Emergência Henrique Sérgio Gregori.
Para a família, somente a Justiça poderá confortar. A mulher, que era separada, deixou dois filhos, de 22 26 anos. Membro da Igreja Assembléia de Deus, ela foi batizada em outubro passado e se preparava para consolidar sua união com o novo companheiro. “No dia do crime havia decidido fazer arroz-doce no fogão a lenha da casa do companheiro, na Itapuca. Quando eles voltavam de bicicleta para A casa dela, no Jardim Primavera, foi baleada e morreu”, revela a professora Jaqueline Benedito, 32 anos, irmã caçula da vítima.
O técnico de segurança e ambiente Adenir Benedito, 28, outro irmão da vítima, pede que os autores sejam presos. “Minha irmã estava se preparando para casar novamente e interromperam seus sonhos. Uma pessoa extrovertida, alegre, adorava contar piadas. Jamais vamos esquecê-la. Pedimos justiça e que os delinquentes que fizeram isso sejam presos”, observa.
O corpo de Simone de Andrade foi velado na Capela da Santa Casa e enterrado domingo, no Cemitério Municipal Senhor dos Passos, no bairro Alto dos Passos.
RIXA DE GANGUES
Segundo a polícia, a morte da evangélica foi uma fatalidade gerada pela briga entre jovens da Grande Alegria envolvidos na disputa do tráfico de drogas. Um dos envolvidos no tiroteio morreu na Rua 3, próximo do local onde a mulher foi baleada.
Sebastião Júnior dos Santos Coutinho, o Sebá, 19 anos, morador da Alegria Velha, estaria acompanhado de um amigo quando outros dois homens chegaram atirando e fugiram em seguida. Ninguém foi preso até o momento e a população teme por novos tiroteios na região. Fato que será coibido com o trabalho da Polícia Militar, segundo o comandante do 37º BPM, tenente-coronel Cristiano Luiz Gaspar. “Nossos homens estão fazendo rondas constantes e estamos em busca dos autores dessas duas mortes. Tivemos um fim de semana atípico quanto à violência, mas todos os procedimentos estão sendo realizados para proteger a população”, informou, ressaltando o número do disque-denúncia, (24) 3360-0112.
A Polícia Civil já tem o nome de alguns suspeitos e segue investigando o caso também.

Esfaqueado na Cidade Alegria
Além das mortes da dona de casa Simone de Andrade e do jovem Sebastião Coutinho, ainda na noite de sábado outro homicídio ocorreu na cidade, desta vez no bairro São Caetano. Por volta das 21h50min, Marcelo Diniz Resende, 35 anos, que residia na Rua 4, no mesmo bairro, foi morto com dois tiros na Rua Vinícius de Moraes. A polícia investiga o crime e já tem o nome de um suspeito.
Na madrugada de domingo, por volta das 5h10min, o serralheiro João Batista Parmezani, 48 anos, conhecido como João da Van, foi assassinado com uma facada na cabeça numa casa situada na Rua das Samambaias, na Cidade Alegria.
De acordo com as investigações policiais e relato de testemunhas, ele estaria na companhia de um amigo, o eletricista Wagner de Moraes Pinedo, 30 anos, que também foi golpeado, porém foi medicado no Hospital de Emergência e não corre risco de morte. No local do crime foram apreendidos três pedras de crack e dois cachimbos conhecidos como marica, além de peças de roupas sujas de sangue, uma lâmina de 15 centímetros e um cabo de faca. “Acreditamos que a droga tenha sido a causa desse crime. Estamos em busca do autor e combater a disseminação do crack é nossa meta. Entretanto, a Polícia Militar não é onipresente. Estar dentro do imóvel de cada cidadão, por exemplo”, comentou o comandante Gaspar.

Fonte: A Voz da Cidade
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Eginoaldo

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