O aborto e o homossexualismo, dois temas polêmicos e que já foram motivos para embates políticos nessas eleições de 2010, foram as chaves de abertura do debate promovido pelas igrejas evangélicas, na noite desta segunda-feira (13), com três, dos quatro candidatos ao governado de Mato Grosso. Entretanto, já cientes da reação da sociedade perante o assunto, todos os presentes assumiram posições parecidas e de cunho cristão.

Wilson Santos

“Deus ama todo homoxesual, mas abomina o homossexualismo”, declarou Wilson Santos (PSDB), primeiro a discorrer sobre o tema considerado fundamental pelas igrejas presentes. O candidato tucano firmou um compromisso de, caso eleito, tal como durante sua gestão frente a prefeitura de Cuiabá, não irá apoiar e nem participar de nenhuma atividade que vá contra os ideais cristãos, tal como a 'Parada Gay'.

“Não vou participar disso (Parada Gay), mas também vou respeitar. Mas vou participar da Marcha para Cristo. E além disso, vou garantir a inclusão dela no plano anual de governo, para que seja ampliada”, prometeu Santos.

Além disso, o ex-prefeito de Cuiabá também garantiu ser “radicalmente” contra o aborto, passível de tolerar apenas as duas modalidades já permitidas no Brasil – quando a vida da mãe é colocada em risco e em caso de estupro.

“A mulher é dona do seu corpo. Se ela quiser pintar o cabelo, tirar uma verruga ou pregar as orelhas de abano se forem iguais as minhas, tudo bem. Mas a vida dentro dela pertence a Deus e só ele pode tirá-la”, ponderou o Wilson Santos.

Mauro Mendes

O candidato do PSB ao governo, o empresário Mauro Mendes (PSB), também se comprometeu a não apoiar nenhuma atividade que vá contra os princípios cristãos, embora tenha a obrigação de respeitar as diferenças. Para ele, será preciso o governador saber lidar com um estado democrático e cheio de diferenças, mas sem ir contra as convicções pessoais.

“Como governador tenho que respeitar todo o cidadão de forma igual, mas como cristão tenho minhas convicções. O que for contrário aos princípios cristão, não vou apoiar, mas vou respeitar a todos”, garantiu o socialista.

No tocante ao aborto, Mendes voltou a defender os princípios cristãos e evocou a passagem bíblica de que “Deus nos dá a vida e só ele pode a tirar de nós. Sou radicalmente contra o aborto e contra a pena de morte. Como governador não irei realizar nenhuma movimentação em prol desses dois temas”, ratificou o socialista.

Marcos Magno

Um pouco mais polêmico que os concorrentes, o candidato do PSOL ao governo, Marcos Magno, iniciou sua declaração dizendo que “o homem deve buscar a Deus respeitando as pessoas e suas diferenças”. Ele ressaltou o fato de vivermos em um estado laico, onde todas as crenças devem ser respeitadas.

“Quero me envolver com o movimento cristão e religioso. Todo homem deve buscar a Deus (…), mas não podemos esquecer que vivemos em um estado laico. E a democracia nos faz conviver com as diferenças”, declarou Magno.

Quanto ao aborto, o candidato do PSOL novamente teve a resposta destoante do trio. Apesar de afirmar ser “radicalmente contra o aborto”, Magno pediu para que a sociedade abra os olhos para os problemas que são as clínicas clandestinas.

“O rico paga e faz aborto em ótimas clínicas. O pobre da periferia faz aborto em clínicas clandestinas e põe em risco sua vida. A sociedade precisa discutir mais esse assunto e não deixar só nas mãos de seus governantes e legisladores”, asseverou.

Silval Barbosa

O candidato a reeleição governador Silval Barbosa (PMDB) não compareceu ao debate. Apesar de ter confirmado previamente, segundo membros da organização do evento, a ida ao evento, pouco antes da realização o peemedebista alegou imcompatibilidade de agenda em função de uma ação realizada no clube Monte Líbano.

Fonte: Olhar Direto
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Eginoaldo

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