O mundo evangélico hoje parece um grande shopping center espiritual, onde há ofertas espirituais para atender a todos os tipos de gostos, por mais santos, estranhos ou profanos que sejam.

A lista de ofertas (e a fila de clientes evangélicos) é enorme, abrangendo desde músicas até canetas. Nada contra as canetas, mas o comércio, a exploração, a ganância e a lascívia estão indo muito mais longe do que isso.

Durante o ministério dos 12 apóstolos de Jesus e do apóstolo Paulo, não havia shopping centers em nome da Bíblia. Se você fosse sadomasoquista, nudista ou homossexual, você teria a opção de entregar sua vida a Jesus e ser transformado. Se você se divorciasse e recasasse, você automaticamente perderia toda chance de ocupar cargos na igreja. Em todos esses casos e várias outras categorias, você seria bem-vindo no banco da igreja para ouvir a Palavra. Dirigir igreja, nem pensar, enquanto não houvesse arrependimento e abandono genuíno do pecado.

Hoje, tudo mudou — ou imundou! Os sadomasoquistas ainda não têm uma igreja evangélica para seu tipo de vida, mas os homossexuais não precisam tolerar igrejas onde os pastores pregam o verdadeiro Evangelho da Bíblia — que condena o pecado, porém mostra o amor de Jesus pelo pecador, com real esperança de libertação do pecado. Eles podem agora optar por uma variedade chocante de igrejas evangélicas gays! Usando e abusando da mesma “graça”, os recasados hoje exigem o direito de ocupar todos os cargos de igreja.

Contudo, o que recasamento tem a ver com homossexualismo? Em 13 de março de 2008, um homossexual me escreveu perguntando o motivo por que os evangélicos reprovam tanto o homossexualismo, mas negligenciam o recasamento de divorciados. Ele menciona o fato de que a mesma Bíblia que condena o homossexualismo também condena o recasamento de divorciados. Ele disse:

“Por favor, não leve este email como um despeito. Li o teu artigo e me interessei muito. Não sou nenhum ativista gay. Tampouco defendo a classe gay, porque acho a classe muita pervertida. Sou homossexual… mas por que vocês pregam que o homossexualismo é uma vergonha e uma afronta a Deus? Para isso, vocês usam apenas dois ou três versículos que nos condenam, sendo que muitos versículos tanto no Novo quanto no Velho Testamento (que falam acerca do casamento) dizem que a mulher e o homem casados que se separarem é melhor ficarem separados. E isso hoje não acontece. Cada vez mais igrejas católicas e evangélicas aceitam membros que não seguem essa norma, e até dão benção a casais formados por pessoas separadas. Isso também não seria um grande afronta a Deus? Eles não estão seguindo a Bíblia”.

O homossexual percebeu uma incoerência nas atitudes evangélicas. Por exemplo, se os homossexuais não podem se casar nem se tornar pastores, então por que os divorciados podem? Evidentemente, os evangélicos estão abraçando um pecado e desprezando outro de modo assombroso.

Aliás, está se tornando difícil, no meio evangélico, tratar o divórcio e o recasamento como pecado. Um pastor, amigo meu, me contou que teve oportunidade de se dirigir a um grande encontro nacional de pastores, onde ele tocou no assunto sério do divórcio e recasamento e de como Deus odeia esse pecado. Ao sair do evento, ele precisou ser protegido e escoltado por seguranças até o aeroporto, por causa da fúria dos pastores divorciados e recasados.

Chegamos ao ponto em que podemos apanhar de alguns evangélicos se ousarmos dizer a verdade bíblica sobre o divórcio e o recasamento. O mesmo destino ocorrerá na questão homossexual? O Estado já está nos ameaçando de perseguição se dissermos que o homossexualismo é pecado. (Apedrejamento ou linchamento aos “homofóbicos”!) É de se temer que possa chegar o dia em que poderemos apanhar de alguns evangélicos se mencionarmos que a Bíblia condena a sodomia.

Na igreja dos apóstolos de Jesus, divorciados recasados e homossexuais não seriam aprovados nem para ser diáconos. Mas hoje é diferente. Talvez, com seu Evangelho puro e radical, os 12 apóstolos é que seriam destituídos ou isolados no mundo evangélico por violarem os “direitos humanos” dos que ambicionam posições de liderança sem terem as qualificações bíblicas necessárias. Eles sofreriam penalidades se não se prostrassem diante da religião politicamente correta e universal da tolerância, diversidade e pluralismo, onde o que vale é respeitar uma variedade de modas, idéias e até sentimentos humanos.

Vale tudo numa época em que os shopping centers espirituais oferecem tudo. Sua igreja está em pecado grave? Você pode sair dela e achar uma igreja melhor. Mas se você mesmo está em pecado sério e não se importa com disciplina bíblica, você tem a opção de escolher um monte de igrejas que aceitarão você com seu pecado. Ali, provavelmente você poderá chegar a ser pastor, bispo, etc. Nas igrejas-shoppings, as oportunidades e ofertas são inúmeras.

A distância espiritual entre a igreja de hoje e a igreja dos apóstolos é imensa. Há igrejas para tudo e para todos. E como no menu não pode faltar nada, há agora evangélicos nudistas que “adoram” a Deus, se reunindo em praias de nudismo para praticar sua “adoração”. É a “igreja” dos peladões. É a teologia da “prosperidade” sensual. Com a invasão e pressão de teorias psicológicas nas igrejas, era impossível que os membros conseguissem ficar por muito tempo sem sofrer suas conseqüências. Na psicologia, mesmo entre evangélicos, verdades bíblicas quanto à sexualidade e homossexualidade se tornam conceitos polêmicos e abertos a várias interpretações.

Na questão da nudez, a polêmica se torna pior. Mesmo alguns pastores formados ou deformados em psicologia, que conheci pessoalmente, não viam absolutamente nada de errado na nudez no meio da família. Isto é, pais podem livremente andar na moda de Adão e Eva com seus filhos pré-adolescentes e adolescentes dentro de casa. Tudo com respaldo psicológico. Na visão deles, a psicologia serve para preencher alegadas lacunas da Bíblia. Daí, se a Bíblia é silenciosa numa questão que a psicologia aprova, BINGO! Pode ir em frente!

Ou então, se a verdade da Bíblia se encontra no Antigo Testamento, a psicologia se torna uma ferramenta infalível e quase divina para superar as “falhas” dos patriarcas e profetas.

Portanto, os evangélicos nudistas, que até freqüentam praias do Brasil onde se reúnem para “adorar” a Deus, têm vários argumentos psicológicos para defender sua opção de nudez em nome de Adão e Eva. Resta às crianças criadas em tais ambientes uma perspectiva de vida de abusos, principalmente na área sexual. Quanto aos adultos, é impossível que homens que vivem em nudez, em praias de nudismo ou em seus próprios lares, não sejam influenciados pela visão do corpo nu mais jovem e atraente de suas filhas pré-adolescentes ou mesmo adolescentes. Embora não abusem das próprias filhas, eles podem se tornar mais atraídos a adolescentes do que às suas próprias esposas não tão jovens.

Meninas, embora escapem de abusos dos próprios pais, podem se tornar presas mais fáceis de outros homens. Não são poucos os casos de rapazes e moças sexualmente desencaminhados pela presença, em sua infância e pré-adolescência, de pornografia e nudez em lares evangélicos.

Aos nudistas que não se contentam apenas com a nudez conjugal, um alerta da Palavra de Deus:

“Nenhum homem se chegará a qualquer parenta da sua carne, para descobrir a sua nudez. Eu sou o SENHOR. Não descobrirás a nudez de teu pai e de tua mãe: ela é tua mãe; não descobrirás a sua nudez. Não descobrirás a nudez da mulher de teu pai; é nudez de teu pai. A nudez da tua irmã, filha de teu pai, ou filha de tua mãe, nascida em casa, ou fora de casa, a sua nudez não descobrirás. A nudez da filha do teu filho, ou da filha de tua filha, a sua nudez não descobrirás; porque é tua nudez. A nudez da filha da mulher de teu pai, gerada de teu pai (ela é tua irmã), a sua nudez não descobrirás. A nudez da irmã de teu pai não descobrirás; ela é parenta de teu pai. A nudez da irmã de tua mãe não descobrirás; pois ela é parenta de tua mãe. A nudez do irmão de teu pai não descobrirás; não te chegarás à sua mulher; ela é tua tia. A nudez de tua nora não descobrirás: ela é mulher de teu filho; não descobrirás a sua nudez. A nudez da mulher de teu irmão não descobrirás; é a nudez de teu irmão”. (Levítico 18:6-16 ACF)

Essa passagem é geralmente interpretada como se referindo a relações sexuais. A interpretação mais provável é que a nudez liberal e fora dos limites conjugais leva ao risco de envolvimento sexual não conjugal — uma possibilidade que ninguém pode refutar.

É saudável e prazeroso marido e esposa estarem nus em sua intimidade. Mas que tipo de prazer há em estender essa intimidade a outros membros da família e até mesmo estranhos? Que tipo de prazer há em ficar contemplando a nudez dos outros? Mesmo assim, há evangélicos que praticam o nudismo. Se há evangélicos homossexuais e comunistas, por que não também evangélicos nudistas?

A Igreja Universal do Reino deste Mundo (IURMU) parece não ter nudismo no seu cardápio, mas oferece prosperidade e até aborto “biblicamente” justificado. Em troca, deixa muitos clientes religiosos praticamente só com a roupa do corpo e os bolsos totalmente vazios, de tanta sugança de dízimos e ofertas. Mas se a IURMU exigir mais, os clientes provavelmente entregarão as próprias roupas no altar das ofertas, engrossando assim a fileiras dos “nudistas” de Bíblia na mão. É uma teologia de prosperidade que beneficia pastores e bispos gananciosos e deixa as ovelhas peladas. A semelhança entre essa nudez forçada e o nudismo voluntário de alguns evangélicos é mera coincidência!

Aos que sentem nojo das perversões entre os evangélicos, há um famoso “pastor” ex-evangélico que lançou um novo cardápio com diferentes opções para todos os evangélicos que estão desapontados com o mundo evangélico. Ele oferece o Caminho da [Des]Graça. Ele é um perfeito exemplo, conseqüência e produto da moderna diversidade evangélica, tendo adulterado, se divorciado, recasado e recentemente defendido posições de ambientalismo radical, esquerdismo, aborto, divórcio e homossexualismo, além de ser admirador do profeta AlGorento. Ele tem a liberdade de fazer cada uma dessas escolhas, pois o mercado evangélico e espiritual no Brasil é muito amplo e permite que todos os tipos de gurus façam sucesso do jeito que quiserem.

Antes de sua queda como o papa dos evangélicos no Brasil, ele havia, na promoção da sua autobiografia “Confissões de um Pastor”, prometido se desnudar. Não, ele não adotou — até onde sei — o conceito de nudismo, embora ele seja um grande amante e aplicante da psicologia. (Ele precisa, pois só a psicologia para lhe aliviar o coração onde ele não deixa o Espírito de Deus trabalhar.)

No entanto, sua autobiografia não desnudou quase nada. O desnudamento verdadeiro veio em seguida, com os escândalos financeiros e sexuais que o tragaram. Perto de sua contraditória realidade de vida, sua autobiografia mais parece uma “Confissões de um Perfil Fake” de Orkut. Hoje, ele sabe “explicar” questões de divórcio, recasamento e homossexualismo com muita “graça”, atraindo um grande público de consumidores religiosos com seu divã macio e espiritualmente exótico, mas sem nenhuma nudez de suas reais intenções.

Se Freud nunca tivesse existido, a glória da psicologia estaria hoje garantida ao desnudado ex-papa dos evangélicos. Poucos, além de Freud e do ex-evangélico, se arrogam a pretensão de verem e conhecerem tão bem a nudez da alma humana.

Então, se você não está interessado no “diversificado” menu evangélico para satisfazer seus gostos, você agora tem a chance de escolher o menu de um ex-evangélico! Desse jeito, você tem mais opções para viver estilos de vida esquisitos amparado por interpretações bíblicas totalmente inovadoras feitas por grandes evangélicos ou ex-evangélicos.

Se você está desapontado com os evangélicos, não evangélicos e ex-evangélicos, a solução real é ficar totalmente nu. Mas não diante dos grandes homens e suas vãs filosofias.

O homem que ama e respeita a Deus sabe que a nudez é necessária. Mas não a nudez da carne, que leva ao pecado. A nudez necessária é se humilhar diante de Deus, mostrando a ele tudo o que somos e fazemos, e deixando-o assumir total controle, de acordo com a própria Palavra dEle, nos próprios termos dEle. Nessa nudez, é bom se reunir com outros crentes para adorar. Nessa nudez, é bom estar com a família, diante dos filhos e das filhas, para buscar a Deus.

Não sendo para finalidade conjugal, não temos o direito à nudez física com outros. Nossa responsabilidade é procurar, tanto física quanto espiritualmente, roupas.

A nudez da carne é sustentada pela psicologia, cujo autor é um viciado em drogas e ateu arrogante. Muitos são seus adeptos, entre evangélicos, não evangélicos e ex-evangélicos.

A nudez espiritual é sustentada pela Bíblia, cujo Autor é o Senhor Jesus. Poucos são seus adeptos reais.

O nudismo entre evangélicos e o exagerado menu de ofertas espirituais das igrejas-shoppings são um dos sintomas da “prosperidade” sensual expondo um estado negativo, vergonhoso e deplorável de nudez espiritual. Na teologia da prosperidade sensual, os adeptos se tornam nudistas por opção. Na teologia da prosperidade material, os adeptos podem se tornar “nudistas” por sobrecarga de dízimos e ofertas. As palavras de Jesus se aplicam igualmente aos defensores de ambas as teologias:

“Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu”. (Apocalipse 3:17 ACF)

Aqueles que escolhem não se humilhar e se desnudar diante do Senhor serão por ele desnudados e humilhados em seus próprios pecados.

Aqueles que escolhem se humilhar e se desnudar diante do Senhor serão honrados e vestidos por ele em “vestes de justiça”.

Aos evangélicos nudistas (em casa ou em praias de nudismo), é tempo de arrependimento e de se desnudar diante de Deus. Aos ex-evangélicos que condenam os evangélicos sem nunca olharem sua própria nudez espiritual no espelho da Palavra, é tempo de arrependimento e de se desnudar diante de Deus.

“E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar”. (Hebreus 4:13 ACF)

“Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas roupas, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas”. (Apocalipse 16:15 ACF)

A verdade é que todos nós somos chamados à nudez. Só o que precisamos fazer é escolher a nudez certa para nós e nossas famílias — a nudez de um coração sincero derramado na presença de Deus, inteiramente aberto para ser transformado e receber as “vestes de justiça”.

Julio Severo


Fonte: www.juliosevero.com
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