RIO DE JANEIRO - O titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), Fernando Vila Pouca, disse ontem que está investigando denúncias de sites que incitam o ódio religioso.

Também ontem, a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa encaminhou à delegacia lista com mais 40 páginas na Internet com mensagens que incentivam a negação do cristianismo, do judaísmo e de outras religiões, principalmente as de origens africanas.

O delegado da Coordenadoria de Informação e Inteligência Policial (Cinpol), Henrique Pessoa, também investiga supostos crimes contra o sentimento religioso, previsto no Artigo 208 do Código Penal, propagados pela rede mundial de computadores a todo o momento.

Passeata em Copa

“Na verdade, há insultos e desrespeito por parte de determinados grupos de praticamente quase todas as religiões. Determinados sites tratam pessoas de outras denominações religiosas como verdadeiros inimigos. Isso é perigoso, pois a Internet vem sendo usada em larga escala em todo o mundo”, afirmou Vila Pouca. Segundo ele, a polícia tem encontrado dificuldades para retirar páginas suspeitas do ar. “Os criminosos criam as páginas com dados falsos. A gente tira da Internet e poucos dias depois elas reaparecem, com outros dados diferentes e também falsificados”, lamenta o delegado.

Ontem, a comissão recebeu apoio de representantes importantes de diversas religiões para a caminhada pela liberdade religiosa, no dia 21 de setembro, em Copacabana. O objetivo é reunir 50 mil pessoas de todas as religiões. A união dos credos para combater a intolerância religiosa foi destacada em reportagem de O DIA, no domingo.

Marcha vai reunir 50 mil manifestantes

O objetivo do protesto na orla é reunir 50 mil pessoas de todas as religiões. Segundo organizadores, a juíza da 19ª Câmara Civil do Rio, Denise Levy, que é judia, garantiu presença, assim como Abdullahi Sanin Aleiso, líder da Irmandade dos Crioulos Africanos Muçulmanos Malês, e Athaylton Belo, o Frei Tatá, da Pastoral de Negrosato.

Artistas também estão aderindo ao movimento. “É importantíssimo. Peço que a quem puder ir, de qualquer raça ou credo, que vá. Não podemos deixar que o Rio se transforme no Oriente Médio”, apela o intérprete Neguinho da Beija Flor. José Júnior, Coordenador do Grupo AfroReggae, grupo que luta contra as desigualdades sociais, também conclama a sociedade. “Não podemos ficar olhando de braços cruzados a democracia ser substituída pelo fanatismo religioso”, ressalta Júnior.

Adesão de Igrejas e Sindicatos

A caminhada também terá apoio de várias centrais sindicais e de diversas entidades do movimento social organizado, como o Grupo Tortura Nunca Mais, Movimento Nacional de Direitos Humanos, Ministério Público e Projeto Legal.

Fonte: O Dia Online
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Eginoaldo

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