Em meio às negociações com a Frente Parlamentar Evangélica pelo apoio do ex-governador Anthony Garotinho (PR), a coordenação da campanha de Dilma Rousseff (PT), e a própria candidata, terão de convencer o presidente Lula a revogar o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3) se quiserem seu apoio. Esta é a condição imposta por ele para entrar na campanha de Dilma “do jeito que ela quiser”.
O 3º Programa Nacional de Direitos Humanos foi criado por decreto do presidente e publicado em 21 de dezembro de 2009. O documento, de 180 páginas, é um protocolo de intenções do governo, e não tem força de lei. Para tirar as principais propostas do papel, o Executivo ainda precisa submeter os textos à aprovação do Congresso.
Garotinho foi eleito o deputado federal mais votado no Rio de Janeiro, com 694.862 votos. Só foi menos votado no país que outro candidato também do seu partido, o palhaço Tiririca, que cabalou mais de 1,3 milhão de votos em São Paulo.
A força do ex-governador do Rio nas urnas também pode ser medida na corrida pelo Palácio Guanabara. Ao ser condenado pelo TRE-RJ por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação, em maio, Garotinho desistiu de fazer frente direta à reeleição do governador Sérgio Cabral (PMDB) e lançou em seu lugar Fernando Peregrino, ex-secretário de seu governo e seu fiel correligionário. Embora fosse desconhecido até então dos eleitores, Peregrino conquistou terceiro lugar com 10,8% (853.220) dos votos válidos.
Acompanhe abaixo as condições apresentadas por Anthony Garotinho para apoiar a petista Dilma Rousseff no segundo turno.
iG – O senhor já decidiu se apoiará a ex-ministra Dilma no segundo turno?
Anthony Garotinho - Fiz uma ressalva: eu preciso que se resolva essa questão do PNDH 3 (3º Plano Nacional de Direitos Humanos). Porque ali não há só a questão do aborto, há outras questões que são muito importantes para todos os cristãos, não só evangélicos, mas os católicos também. Tem muita coisa colocada ali que contraria nossos princípios, que vai em confronto com o que nós defendemos.
iG – O quê, por exemplo?
Garotinho – O texto prega a legalização da prostituição. Se aprovado, a prostituta terá direito a fundo de garantia (FGTS) e aposentadoria. O plano prevê operação para mudança de sexo na rede pública com dinheiro do SUS. Um absurdo, porque o hospital não tem nem remédio nem médico. E você vai fazer operação de mudança de sexo com dinheiro público? O plano também prevê que os materiais que contenham discriminação à livre opção sexual sejam suprimidos dos textos ou retirados de circulação. Ora, a Bíblia tem vinte e tantos capítulos em que condena a prática, como vai fazer? Vai tirar pedaços da Bíblia, vai tirar a Bíblia de circulação? Tem que resolver isso, há uns 30 pontos ali que são graves. Então, eu sugeri a Dilma ontem (quinta-feira, 7), numa conversa que nós tivemos por telefone, que ela convencesse o presidente Lula a revogar esse PNDH 3.
iG - Essa é a única condição para o senhor apoiar Dilma Rousseff ou existem outras questões sendo negociadas?
Garotinho - Não. Só a questão do PNDH3, que tem essa questão do aborto que mais essas coisas que eu te falei e mais umas trezentas coisas.
iG - O que o senhor espera da Dilma, qual o compromisso que ela precisa assumir para conseguir o seu apoio?
Garotinho - Não é (o que eu espero) dela. Tem que pedir ao Lula para revogar isso agora, antes do fim do mandato dele. E, claro, reabre a discussão. O plano também tem coisas boas em outras áreas.
iG - Por exemplo?
Garotinho - Ah, eu me foquei tanto no ponto negativo que não lembro agora das coisas boas.
iG - Se o senhor fechar o apoio com a Dilma, como será sua participação na campanha?
Garotinho - Do jeito que ela (Dilma) achar necessário. Agora, sem a revogação eu fico neutro.
iG - Não tem chances de apoiar o Serra?
Garotinho - Neutro.
Fonte: Último Segundo
O 3º Programa Nacional de Direitos Humanos foi criado por decreto do presidente e publicado em 21 de dezembro de 2009. O documento, de 180 páginas, é um protocolo de intenções do governo, e não tem força de lei. Para tirar as principais propostas do papel, o Executivo ainda precisa submeter os textos à aprovação do Congresso.
Garotinho foi eleito o deputado federal mais votado no Rio de Janeiro, com 694.862 votos. Só foi menos votado no país que outro candidato também do seu partido, o palhaço Tiririca, que cabalou mais de 1,3 milhão de votos em São Paulo.
A força do ex-governador do Rio nas urnas também pode ser medida na corrida pelo Palácio Guanabara. Ao ser condenado pelo TRE-RJ por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação, em maio, Garotinho desistiu de fazer frente direta à reeleição do governador Sérgio Cabral (PMDB) e lançou em seu lugar Fernando Peregrino, ex-secretário de seu governo e seu fiel correligionário. Embora fosse desconhecido até então dos eleitores, Peregrino conquistou terceiro lugar com 10,8% (853.220) dos votos válidos.
Acompanhe abaixo as condições apresentadas por Anthony Garotinho para apoiar a petista Dilma Rousseff no segundo turno.
Anthony Garotinho - Fiz uma ressalva: eu preciso que se resolva essa questão do PNDH 3 (3º Plano Nacional de Direitos Humanos). Porque ali não há só a questão do aborto, há outras questões que são muito importantes para todos os cristãos, não só evangélicos, mas os católicos também. Tem muita coisa colocada ali que contraria nossos princípios, que vai em confronto com o que nós defendemos.
iG – O quê, por exemplo?
Garotinho – O texto prega a legalização da prostituição. Se aprovado, a prostituta terá direito a fundo de garantia (FGTS) e aposentadoria. O plano prevê operação para mudança de sexo na rede pública com dinheiro do SUS. Um absurdo, porque o hospital não tem nem remédio nem médico. E você vai fazer operação de mudança de sexo com dinheiro público? O plano também prevê que os materiais que contenham discriminação à livre opção sexual sejam suprimidos dos textos ou retirados de circulação. Ora, a Bíblia tem vinte e tantos capítulos em que condena a prática, como vai fazer? Vai tirar pedaços da Bíblia, vai tirar a Bíblia de circulação? Tem que resolver isso, há uns 30 pontos ali que são graves. Então, eu sugeri a Dilma ontem (quinta-feira, 7), numa conversa que nós tivemos por telefone, que ela convencesse o presidente Lula a revogar esse PNDH 3.
iG - Essa é a única condição para o senhor apoiar Dilma Rousseff ou existem outras questões sendo negociadas?
Garotinho - Não. Só a questão do PNDH3, que tem essa questão do aborto que mais essas coisas que eu te falei e mais umas trezentas coisas.
iG - O que o senhor espera da Dilma, qual o compromisso que ela precisa assumir para conseguir o seu apoio?
Garotinho - Não é (o que eu espero) dela. Tem que pedir ao Lula para revogar isso agora, antes do fim do mandato dele. E, claro, reabre a discussão. O plano também tem coisas boas em outras áreas.
iG - Por exemplo?
Garotinho - Ah, eu me foquei tanto no ponto negativo que não lembro agora das coisas boas.
iG - Se o senhor fechar o apoio com a Dilma, como será sua participação na campanha?
Garotinho - Do jeito que ela (Dilma) achar necessário. Agora, sem a revogação eu fico neutro.
iG - Não tem chances de apoiar o Serra?
Garotinho - Neutro.
Fonte: Último Segundo
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