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Italiana Eluana Englaro - Reuters

ROMA - Morreu nesta segunda-feira a italiana Eluana Englaro, que há 17 anos vivia em estado vegetativo após acidente de carro quando voltava de uma festa. A mulher estava internada em uma clínica na cidade de Udine, no Norte da Itália.

A paciente faleceu três dias depois de o sistema de alimentação e hidratação que a mantinha viva ter sido interrompido pela equipe médica.

Após anos de disputa, o pai da italiana, Beppino Englaro, conseguiu a autorização da Justiça para interromper a alimentação que a mantinha viva. O caso foi comparado ao da americana Terri Schiavo, que morreu em circunstâncias semelhantes, em 2005, após passar 15 anos em coma. No caso dela, também houve uma intensa batalha judicial e muita polêmica na opinião pública.

Contrário à morte da paciente, o governo italiano tentava aprovar em caráter de urgência um projeto de lei que revertesse a decisão judicial. Na última semana, uma tentativa de interromper o processo de morte assistida falhou por não ter a assinatura do presidente italiano, Giorgio Napolitano. Silvio Berlusconi, que liderava os esforços pela manutenção de Eluana viva, ter recebido com "profunda dor" a notícia da morte.

A votação do decreto de emergência estava marcada para terça-feira, com a conclusão prometida para quarta-feira, quando, acreditavam os médicos, ainda daria tempo para reverter o quadro médico de Eluana. Um ministro anunciou a morte na tribuna do Senado. Nesta segunda-feira, um neurologista que acompanhava italiana chegou a comentar que o estado físico dela era "excelente" .

Outro ator importante da disputa em torno do destino de Eluana, o Vaticano ameaçou de excomunhão da Igreja Católica quem apoiasse a eutanásia da italiana. A advertência foi feita, antes da notícia da morte, pelo secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, monsenhor Albert Malcolm Ranjith.

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Eginoaldo

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