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SÃO PAULO - O edifício sede da TV Gospel, na Avenida Lins de Vasconcelos, 1.410, no Cambuci, próximo ao templo da Igreja Renascer que desabou no mês passado, foi interditado na tarde desta terça-feira pela Prefeitura. A TV Gospel pertence à Renascer e transmite programas e cultos religiosos de diversas igrejas evangélicas associadas. Segundo a Subprefeitura da Sé, o local foi lacrado por não possuir nem um documento de funcionamento regularizado junto à Prefeitura.

No imóvel funcionam os estúdios da emissora, além da área administrativa. O prédio não poderá ser usado enquanto estiver lacrado.

A subprefeitura informou que há dez dias o local foi vistoriado e multado em cerca de R$ 9 mil pela falta de documentos. Na ocasião, foi dado à TV Gospel um prazo para regularizar a situação. O prazo venceu nesta terça-feira, e a regularização não foi feita.

A Renascer informa que a TV Gospel não sairá do ar, e que a programação continuará a ser gerada de outros locais. A Renascer também pretende pedir a desinterdição e um aumento de prazo para ajustar a documentação.

Desabamento

Uma das casas interditadas após o desabamento do templo sede da Igreja Renascer, em 18 de janeiro, no Cambuci, não terá a reforma paga pela Igreja. O imóvel do representante comercial Marassoré Roberto Morególa, de 67 anos, permanece interditado, pois a laje está comprometida e pode cair. Apesar disso, a Renascer, através de sua assessoria de imprensa, informou que não irá pagar a reforma necessária para que o imóvel possa ser utilizado novamente pelos moradores.

A igreja justificou sua decisão alegando que, se ajudasse nas obras, estaria reconhecendo a culpa pelo desabamento. E disse que só vai pagar pelos prejuízos caso seja considerada responsável pelo ocorrido pela Justiça.

- Eu já esperava. Vão deixar para Jesus pagar a conta - ironiza Marassoré, que estava em um cruzeiro com a mulher no dia da tragédia.

Atualmente o representante comercial está com a mulher em um hotel pago pela Renascer, que afirma que o pagamento de hospedagem para os desalojados é 'uma liberalidade', dentro do programa de auxílio às vítimas.

- Se eles tiverem bom senso, estou disposto a conversar e chegar a um acordo. Se não, já estou sendo orientado pelos meus advogados e exigirei o que tenho direito - diz Marassoré.

Ao todo, nove imóveis foram interditados no dia da tragédia, que matou nove pessoas e feriu mais de 100 em 18 de janeiro. Nesta terça-feira, os engenheiros da Subprefeitura da Sé vistoriaram cinco casas, que ficam na Rua Robertson, atrás do templo cujo teto desabou. Três foram liberadas. Uma casa foi liberada parcialmente: a edícula (nos fundos do terreno) permanece interditada pois há risco de desabar.

Em outro imóvel fechado desde a tragédia, na Avenida Lins de Vasconcelos, o inquilino não apareceu no horário marcado para a vistoria. Outros três donos de imóveis interditados por conta do desabamento ainda não entraram com o pedido de desinterdição na Subprefeitura.

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Eginoaldo

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