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A ialorixá Lúcia de Fátima Batista de Oliveira, Mãe Lúcia, da Paraíba, em visita a Salvador (BA) durante o Carnaval, foi vítima de intolerância religiosa pelos donos de uma lanchonete, aparentemente evangélicos, no Centro Histórico da Capital baiana.

De acordo com ela, o fato ocorreu na última terça-feira, início da noite, na lanchonete Maná no Terreiro de Jesus. Segundo a mãe-de-santo, ela solicitou ao garçom uma mesa para ser colocada do lado de fora do estabelecimento porque fazia muito calor. Minutos mais tarde percebeu que o garçom colocava mesas do lado de fora para outros clientes e foi procurar saber porquê ela não era atendida. O garçom disse-lhe que se dirigisse ao dono do estabelecimento.

Ao falar com o proprietário, Mãe Lúcia conta que ele olhou para a sua blusa, onde estava escrito “Oxum” e disse que “Jesus estava fechando o estabelecimento”. Ao protesto da ialorixá, que evocou Oxum, como orixá que abre todos os caminhos, o proprietário do estabelecimento teria iniciado uma sessão de exorcismo com o dedo em riste sobre ela, na presença de todos os seus funcionários, pedindo a Jesus que "expulsasse o demônio daquela casa”.

A ialorixá levou o caso à Delegacia de Proteção ao Turista, no Centro Histórico, que numa rápida apuração in loco voltou com a versão do proprietário da lanchonete de que ela teria dito que “Exu ia fechar o estabelecimento dele”. Mãe Lúcia vai denunciar o fato à Promotoria do Combate ao Racismo do Ministério Público.
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Eginoaldo

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