Está no O Globo:
SÃO PAULO - A Rede Gospel, que teve as portas lacradas por falta de alvará de funcionamento do prédio, vai utilizar uma unidade móvel de transmissão, adaptada num caminhão, para continuar as operações de televisão e rádio. Já a partir desta quarta-feira os cultos começarão a ser captados e transmitidos dessa forma, inclusive a pregação via satélite do apóstolo Estevan Hernandes e da bispa Sônia, que estão nos Estados Unidos.
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O edifício sede da TV Gospel, na Avenida Lins de Vasconcelos, 1.410, no Cambuci, próximo ao templo da Igreja Renascer que desabou no mês passado, foi interditado na tarde desta terça-feira pela Prefeitura. A TV Gospel pertence à Renascer e transmite programas e cultos religiosos de diversas igrejas evangélicas associadas. Segundo a Subprefeitura da Sé, o local foi lacrado por não possuir nem um documento de funcionamento regularizado junto à Prefeitura.
O sindicato da categoria vai cobrar do Ministério Público o cumprimento das normas de segurança na sede da TV GospelNo imóvel funcionam os estúdios da emissora, além da área administrativa. O prédio não poderá ser usado enquanto estiver lacrado.
A subprefeitura informou que há dez dias o local foi vistoriado e multado em cerca de R$ 9 mil pela falta de documentos. Na ocasião, foi dado à TV Gospel um prazo para regularizar a situação. O prazo venceu nesta terça-feira, e a regularização não foi feita.
A Renascer pretende pedir a desinterdição e um aumento de prazo para ajustar a documentação.
DesabamentoUma das casas interditadas após o desabamento do templo sede da Igreja Renascer, em 18 de janeiro, no Cambuci, não terá a reforma paga pela Igreja. O imóvel do representante comercial Marassoré Roberto Morególa, de 67 anos, permanece interditado, pois a laje está comprometida e pode cair. Apesar disso, a Renascer, através de sua assessoria de imprensa, informou que não irá pagar a reforma necessária para que o imóvel possa ser utilizado novamente pelos moradores.
A igreja justificou sua decisão alegando que, se ajudasse nas obras, estaria reconhecendo a culpa pelo desabamento. E disse que só vai pagar pelos prejuízos caso seja considerada responsável pelo ocorrido pela Justiça.
- Eu já esperava. Vão deixar para Jesus pagar a conta - ironiza Marassoré, que estava em um cruzeiro com a mulher no dia da tragédia.
Atualmente o representante comercial está com a mulher em um hotel pago pela Renascer, que afirma que o pagamento de hospedagem para os desalojados é 'uma liberalidade', dentro do programa de auxílio às vítimas.
- Se eles tiverem bom senso, estou disposto a conversar e chegar a um acordo. Se não, já estou sendo orientado pelos meus advogados e exigirei o que tenho direito - diz Marassoré.
Ao todo, nove imóveis foram interditados no dia da tragédia, que matou nove pessoas e feriu mais de 100 em 18 de janeiro. Nesta terça-feira, os engenheiros da Subprefeitura da Sé vistoriaram cinco casas, que ficam na Rua Robertson, atrás do templo cujo teto desabou. Três foram liberadas. Uma casa foi liberada parcialmente: a edícula (nos fundos do terreno) permanece interditada pois há risco de desabar.
Em outro imóvel fechado desde a tragédia, na Avenida Lins de Vasconcelos, o inquilino não apareceu no horário marcado para a vistoria. Outros três donos de imóveis interditados por conta do desabamento ainda não entraram com o pedido de desinterdição na Subprefeitura.
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