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Uma das poucas certezas que existem nesse mundo é que não há história da humanidade sem religião. Ela, desde sempre, foi a nossa tentativa de explicar o inexplicável. Busca-se em Deus a resposta para a vida, para a morte, para tudo o que a razão não explica. "No princípio Deus criou os céus e a terra", assim começa o Gênesis, o primeiro livro da Biblia. Desde o surgimento da humanidade, porém, o homem não conseguiu abandonar a religão – seja ela cristã ou não. Ser religioso é humano.
Parece um assunto religioso demais para gays, né? Muitas vezes colocamos a culpa do preconceito e das discriminações de modo geral nas religiões. Gostaríamos que fosse assim, pois dessa forma o problema seria fácil. Os povos nórdicos eram bastante preconceituosos com homossexuais, mesmo antes do cristianismo. A imensa maioria dos povos da Terra sempre discriminou os afeminados (e, com a evolução dos tempos, a representação do que é o homossexual dos dias de hoje). Os romanos da época de Cristo consideravam a paixão uma fraqueza que feminilizava o homem e só era permitida a escravos. Nesse contexto é que o cristianismo foi institucionalizado, de acordo com os preconceitos do local e da época. O homem criou as religiões, ou mesmo que se acredite que elas foram reveladas, ao menos as modificamos, com as nossas idéias limitadas ao tempo e espaço em que vivemos.
Se, de um lado exigimos respeito e queremos, cada vez mais, um Estado laico, por outro, devemos respeitar aqueles que acreditam na religião como uma ferramenta para levar à paz espiritual. Inclusive os homossexuais que assim pensam. Além do mais, a ciência relata sensíveis benefícios em se ter uma religião: um estudo de 1988 concluiu que pacientes religiosos sob cuidados de uma unidade coronariana tinham uma evolução melhor durante o período de internação. Em 1998, outro estudo com pacientes portadores de AIDS constatou que no grupo de pacientes religiosos, havia um menor número de doenças oportunistas, menor severidade da doença, menos hospitalizações e dias de internações.
Em outras palavras, os cientistas dizem que quem tem uma religião pode melhorar a saúde, promovendo práticas saúdáveis de vida, melhorando o suporte social, oferecendo conforto em situações de estresse e sofrimento e até alterando substâncias químicas cerebrais que regulam o humor e a ansiedade, levando-nos ao relaxamento psíquico. A gente está acostumado com o discurso de que as religiões são locais inóspitos para os homossexuais. No entanto, há uma luz no fim do túnel. Dezenas de igrejas e seitas religiosas têm defendido as uniões entre homossexuais, desde que baseadas na fidelidade, monogamia, afeição e respeito mútuos, cuidado e a comunicação franca, que podem levar os indivíduos à paz espiritual e ao contato direto com o Senhor.
Por isso, se você se sente na certeza de que a presença divina lhe conforta, conheça as igrejas, capelas, sinagogas e templos em que o seu amor é reconhecido pelo próximo e por Deus. Aproveite, dependendo do seu credo, para decidir em qual você casaria:
Uniões brasileiras
No país, os gays evangélicos que desejam um casamento religioso podem escolher entre pelo menos três igrejas (a Igreja Contemporânea, a Igreja da Comunidade Metropolitana e a Comunidade Cristã Nova Esperança, de São Paulo). A Universal Fellowship of Metropolitan Community Churches (Igreja da Comunidade Metropolitana) tem celebrado uniões entre pessoas homossexuais desde 1969. A coisa é tão aceita e bem vista que a igreja é comumente chamada de "Igreja Gay". A liderança da igreja segue credos históricos da bíblia e exige que suas paróquias celebrem a comunhão ao menos uma vez por semana. Além disso, sacerdotes dão uma ampla margem de manobra para que seus fiéis escolham como administrar a sua fé. Por que se casar na MCC? Se você estiver esperando uma igreja acolhedora, ela é a mais friendly de todos os Estados Unidos. No Brasil, a ICM é quase um movimento político em defesa da causa gay.
Igreja Anglicana
Pioneira na luta cotidiana pela inclusão das pessoas homossexuais no dia-a-dia da religião, a diocese da Igreja Anglicana de Montreal, no Canadá, foi uma das primeiras a permitir que seus padres abençoassem as uniões entre homos (2002). É interessante dizer que a Igreja Anglicana praticamente no mundo inteiro não tem resistência quanto às uniões entre iguais – essa onda de inclusão, aliás, combina com a religião, que foi a primeira a abrir as portas para os negros. Rowan Williams, uma das principais lideranças da igreja, afirmou recentemente que não existe nada na bíblia que condene o casamento entre pessoas do mesmo sexo, desde que as uniões respeitem características como a monogamia, o afeto, o respeito e a verdade. Os anglicanos resistentes, por incrível que pareça, são justamente aqueles que foram aceitos por último. Na África estão os mais conservadores.
Quacres
Os quacres são membros de uma seita protestante fundada na Inglaterra no século XVII e muito difundida nos EUA. Oficialmente conhecida como "Religious Society of Friends", a igreja (seita) se manteve no front das ações de integração de gays e lésbicas à sua comunidade. Um livro de 1963, Towards a Quaker View of Sex, reformulou a visão sobre amor, independente do gênero. Os quacres americanos ainda estão divididos, ao passo que os australianos, neozelandeses e britânicos já apoiam o casamento entre iguais.
Luteranos europeus
Luteranos na Alemanha, Suécia, Dinamarca e Noruega aceitam uniões entre pessoas do mesmo sexo e até casam na Evangelical Church in Germany. As uniões passaram a ser aceitas depois de uma resolução chamada Verantwortung und Verlässlichkeit stärken (Reforçando Reponsabilidade e Confiança). Essa postura, graças a Deus, contrasta e muito com a da vertente americana dos luteranos, que consideram a homossexualidade uma transgressão e bla, bla, bla. Não seria nada mau casar com um moço de traços nórdicos, né? Ou então é uma boa forma de homenagear Nina Hagen. =P
Igreja Unida do Canadá
Desde 2003, essa igreja afirma que “as orientações sexuais humanas, sejam elas hetero ou homossexuais, são um presente de Deus e parte da maravilhosa diversidade da criação” e enquanto ela deixa a decisão na mão dos gays e lésbicas, eles podem se casar com pastores. A igreja em si é somente canadense, nascida de uma união entre presbiterianos, metodistas e unionistas congrecagionistas que não possuíam recursos suficientes para fundar igrejas de cada denominação em todos os territórios.
Igreja Unida de Cristo
Uma das principais denominações Cristãs Protestantes com membros principalmente dos EUA. Uma resolução de 2005 rogava às congregações da UCC para advogar em prol da igualdade pelo casamento civil e encorajava-as a permitir o casamento gay. Infelizmente, essa foi a gota da água para a diocese de Porto Rico e eles se separassem do ramo um ano depois. É claro que você conhece a UCC como a igreja de Barack Obama, o que é um lembrete de que mesmo antes de sua candidatura ao cargo mais importante no mundo, ele afirmou ser totalmente a favor do casamento gay.
União pelo Judaísmo Reformado
Em 1990 a Conferência Central dos Rabinos Americanos resolveu que “todos os judeus são religiosamente iguais independente de suas orientações sexuais”, abrindo as portas para o casamento gay. Seis anos depois, o conselho esclareceu ainda mais as coisas ao dizer que apóiam “o direito de casais gays e lésbicos para dividir totalmente e igualmente os direitos do casamento civil” e em 99 trouxeram o casamento gay ao templo quando disseram “que a relação de um casal judeu do mesmo gênero é válida de aceitação através do ritual judeu apropriado.”
Universalista Unitária
Historicamente cristãos, a Universalista Unitária passou a aceitar pessoas de virtualmente todas as fés e histórias, incluindo gays e lésbicas. O reverendo Jonalu Johnstone explicou a sua fé com o seguinte: “Nas congregações da Universalista Unitária, nos reunimos em comunidade para dar apoio às nossas jornadas espirituais. Confiamos que a abertura às experiências alheias vai aumentar nossa compreensão das nossas próprias ligações com o divino, com a nossa história, e um com o outro. O que pode soar bastante vago, mas é exatamente como os unitários gostam.
Neo-paganismo
Uma fé politeísta, animista e pouco institucionalizada que inclui elementos de bruxaria, tradição folk e espiritualidade pessoal. Neo-pagãos são injustiçados freqüentemente ao não serem considerados uma religião. Uma pesquisa da Universidade Municipal de Nova York descobriu que há aproximadamente 307 mil neo-pagãos vivendo nos EUA atualmente. Apesar de não haver autoridade central de princípio, quase todos os neo-pagãos permitem cerimônias para gays e lésbicas.
Uma das poucas certezas que existem nesse mundo é que não há história da humanidade sem religião. Ela, desde sempre, foi a nossa tentativa de explicar o inexplicável. Busca-se em Deus a resposta para a vida, para a morte, para tudo o que a razão não explica. "No princípio Deus criou os céus e a terra", assim começa o Gênesis, o primeiro livro da Biblia. Desde o surgimento da humanidade, porém, o homem não conseguiu abandonar a religão – seja ela cristã ou não. Ser religioso é humano.
Parece um assunto religioso demais para gays, né? Muitas vezes colocamos a culpa do preconceito e das discriminações de modo geral nas religiões. Gostaríamos que fosse assim, pois dessa forma o problema seria fácil. Os povos nórdicos eram bastante preconceituosos com homossexuais, mesmo antes do cristianismo. A imensa maioria dos povos da Terra sempre discriminou os afeminados (e, com a evolução dos tempos, a representação do que é o homossexual dos dias de hoje). Os romanos da época de Cristo consideravam a paixão uma fraqueza que feminilizava o homem e só era permitida a escravos. Nesse contexto é que o cristianismo foi institucionalizado, de acordo com os preconceitos do local e da época. O homem criou as religiões, ou mesmo que se acredite que elas foram reveladas, ao menos as modificamos, com as nossas idéias limitadas ao tempo e espaço em que vivemos.
Se, de um lado exigimos respeito e queremos, cada vez mais, um Estado laico, por outro, devemos respeitar aqueles que acreditam na religião como uma ferramenta para levar à paz espiritual. Inclusive os homossexuais que assim pensam. Além do mais, a ciência relata sensíveis benefícios em se ter uma religião: um estudo de 1988 concluiu que pacientes religiosos sob cuidados de uma unidade coronariana tinham uma evolução melhor durante o período de internação. Em 1998, outro estudo com pacientes portadores de AIDS constatou que no grupo de pacientes religiosos, havia um menor número de doenças oportunistas, menor severidade da doença, menos hospitalizações e dias de internações.
Em outras palavras, os cientistas dizem que quem tem uma religião pode melhorar a saúde, promovendo práticas saúdáveis de vida, melhorando o suporte social, oferecendo conforto em situações de estresse e sofrimento e até alterando substâncias químicas cerebrais que regulam o humor e a ansiedade, levando-nos ao relaxamento psíquico. A gente está acostumado com o discurso de que as religiões são locais inóspitos para os homossexuais. No entanto, há uma luz no fim do túnel. Dezenas de igrejas e seitas religiosas têm defendido as uniões entre homossexuais, desde que baseadas na fidelidade, monogamia, afeição e respeito mútuos, cuidado e a comunicação franca, que podem levar os indivíduos à paz espiritual e ao contato direto com o Senhor.
Por isso, se você se sente na certeza de que a presença divina lhe conforta, conheça as igrejas, capelas, sinagogas e templos em que o seu amor é reconhecido pelo próximo e por Deus. Aproveite, dependendo do seu credo, para decidir em qual você casaria:
Uniões brasileiras
No país, os gays evangélicos que desejam um casamento religioso podem escolher entre pelo menos três igrejas (a Igreja Contemporânea, a Igreja da Comunidade Metropolitana e a Comunidade Cristã Nova Esperança, de São Paulo). A Universal Fellowship of Metropolitan Community Churches (Igreja da Comunidade Metropolitana) tem celebrado uniões entre pessoas homossexuais desde 1969. A coisa é tão aceita e bem vista que a igreja é comumente chamada de "Igreja Gay". A liderança da igreja segue credos históricos da bíblia e exige que suas paróquias celebrem a comunhão ao menos uma vez por semana. Além disso, sacerdotes dão uma ampla margem de manobra para que seus fiéis escolham como administrar a sua fé. Por que se casar na MCC? Se você estiver esperando uma igreja acolhedora, ela é a mais friendly de todos os Estados Unidos. No Brasil, a ICM é quase um movimento político em defesa da causa gay.
Igreja Anglicana
Pioneira na luta cotidiana pela inclusão das pessoas homossexuais no dia-a-dia da religião, a diocese da Igreja Anglicana de Montreal, no Canadá, foi uma das primeiras a permitir que seus padres abençoassem as uniões entre homos (2002). É interessante dizer que a Igreja Anglicana praticamente no mundo inteiro não tem resistência quanto às uniões entre iguais – essa onda de inclusão, aliás, combina com a religião, que foi a primeira a abrir as portas para os negros. Rowan Williams, uma das principais lideranças da igreja, afirmou recentemente que não existe nada na bíblia que condene o casamento entre pessoas do mesmo sexo, desde que as uniões respeitem características como a monogamia, o afeto, o respeito e a verdade. Os anglicanos resistentes, por incrível que pareça, são justamente aqueles que foram aceitos por último. Na África estão os mais conservadores.
Quacres
Os quacres são membros de uma seita protestante fundada na Inglaterra no século XVII e muito difundida nos EUA. Oficialmente conhecida como "Religious Society of Friends", a igreja (seita) se manteve no front das ações de integração de gays e lésbicas à sua comunidade. Um livro de 1963, Towards a Quaker View of Sex, reformulou a visão sobre amor, independente do gênero. Os quacres americanos ainda estão divididos, ao passo que os australianos, neozelandeses e britânicos já apoiam o casamento entre iguais.
Luteranos europeus
Luteranos na Alemanha, Suécia, Dinamarca e Noruega aceitam uniões entre pessoas do mesmo sexo e até casam na Evangelical Church in Germany. As uniões passaram a ser aceitas depois de uma resolução chamada Verantwortung und Verlässlichkeit stärken (Reforçando Reponsabilidade e Confiança). Essa postura, graças a Deus, contrasta e muito com a da vertente americana dos luteranos, que consideram a homossexualidade uma transgressão e bla, bla, bla. Não seria nada mau casar com um moço de traços nórdicos, né? Ou então é uma boa forma de homenagear Nina Hagen. =P
Igreja Unida do Canadá
Desde 2003, essa igreja afirma que “as orientações sexuais humanas, sejam elas hetero ou homossexuais, são um presente de Deus e parte da maravilhosa diversidade da criação” e enquanto ela deixa a decisão na mão dos gays e lésbicas, eles podem se casar com pastores. A igreja em si é somente canadense, nascida de uma união entre presbiterianos, metodistas e unionistas congrecagionistas que não possuíam recursos suficientes para fundar igrejas de cada denominação em todos os territórios.
Igreja Unida de Cristo
Uma das principais denominações Cristãs Protestantes com membros principalmente dos EUA. Uma resolução de 2005 rogava às congregações da UCC para advogar em prol da igualdade pelo casamento civil e encorajava-as a permitir o casamento gay. Infelizmente, essa foi a gota da água para a diocese de Porto Rico e eles se separassem do ramo um ano depois. É claro que você conhece a UCC como a igreja de Barack Obama, o que é um lembrete de que mesmo antes de sua candidatura ao cargo mais importante no mundo, ele afirmou ser totalmente a favor do casamento gay.
União pelo Judaísmo Reformado
Em 1990 a Conferência Central dos Rabinos Americanos resolveu que “todos os judeus são religiosamente iguais independente de suas orientações sexuais”, abrindo as portas para o casamento gay. Seis anos depois, o conselho esclareceu ainda mais as coisas ao dizer que apóiam “o direito de casais gays e lésbicos para dividir totalmente e igualmente os direitos do casamento civil” e em 99 trouxeram o casamento gay ao templo quando disseram “que a relação de um casal judeu do mesmo gênero é válida de aceitação através do ritual judeu apropriado.”
Universalista Unitária
Historicamente cristãos, a Universalista Unitária passou a aceitar pessoas de virtualmente todas as fés e histórias, incluindo gays e lésbicas. O reverendo Jonalu Johnstone explicou a sua fé com o seguinte: “Nas congregações da Universalista Unitária, nos reunimos em comunidade para dar apoio às nossas jornadas espirituais. Confiamos que a abertura às experiências alheias vai aumentar nossa compreensão das nossas próprias ligações com o divino, com a nossa história, e um com o outro. O que pode soar bastante vago, mas é exatamente como os unitários gostam.
Neo-paganismo
Uma fé politeísta, animista e pouco institucionalizada que inclui elementos de bruxaria, tradição folk e espiritualidade pessoal. Neo-pagãos são injustiçados freqüentemente ao não serem considerados uma religião. Uma pesquisa da Universidade Municipal de Nova York descobriu que há aproximadamente 307 mil neo-pagãos vivendo nos EUA atualmente. Apesar de não haver autoridade central de princípio, quase todos os neo-pagãos permitem cerimônias para gays e lésbicas.
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