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Informalidade, mensagem direta e visual alternativo. A nova geração de evangélicos foge do estereótipo do “crente” e busca uma estratégia moderna para impactar vidas
A nova geração de evangélicos não tem uma cara, mas várias. Eles querem adorar a Deus em qualquer lugar e em todo momento. Os novos jovens evangélicos buscam um estilo de vida revolucionário. Para isso, estão integrados em tribos (ou ministérios por afinidade) e organizam estratégias nada convencionais para impactar vidas.
A Bola de Neve Church é um exemplo. Os cultos ocorrem aos domingos, a partir das 18 horas, na barraca Entre Amigos, na Praia do Futuro. Tudo é bem diferente do modelo tradicional de Igreja evangélica, sem formalismos. “Jesus foi quem mais quebrou paradigmas no mundo. Pregamos o mesmo evangelho, só que com uma linguagem jovem”, explica o pastor Heiko Obermüller.
Há dois anos em Fortaleza, a Igreja aposta em músicas de louvores em ritmo de reggae e gírias nas pregações. Os fiéis podem participar do culto de bermuda, boné e até de roupa de banho. “Muitas pessoas estão na praia e se interessam em participar do culto. O nosso lema é venha como você está, mas não fique o mesmo”, acrescenta a pastora Vanessa Obermüller. São 126 Bola de Neve espalhadas no Brasil e no mundo. Em todas elas, uma prancha de surf longboard é usada pelo pastor para apoiar a bíblia na hora da palavra. “Virou a marca da Igreja”, ressalta Heiko. O resultado é uma Igreja predominantemente jovem, com fiéis entre 18 e 30 anos. Entre eles, muitos surfistas, skatistas e universitários.
O estilo despojado da Igreja reflete o pensamento de uma nova geração de evangélicos que está se formando. Pouco preocupada com a aparência e mais focada nos valores cristãos. O técnico em segurança do trabalho Rodolfo Santiago, 24, estava com um visual descontraído, de boné e chinelos, adorando a Deus. Ele abandonou o vício das drogas para se dedicar a um novo estilo de vida. “Eu tive um encontro verdadeiro com Deus. Ele viu o meu interior, não como estou vestido. Isso é o que importa”, afirma o rapaz.
Em outra parte do litoral da capital, no anfiteatro da Beira Mar, outro grupo de jovens se reúne toda segunda-feira, às 20 horas. São os Surfistas de Cristo. Um ministério da Igreja Batista Central que atrai aproximadamente 500 pessoas, semanalmente, para ouvir mais de Deus de uma maneira informal. “Antes os jovens viviam um relacionamento com Deus apenas na Igreja. Hoje eles se sentem desafiados a viver a espiritualidade todo tempo”, diz o líder do ministério, Yorran Ignas.
O estudante Lucas Queiroz, 21, é evangélico e frequenta as reuniões dos Surfista de Cristo há um ano. Para ele, a linguagem e forma com que o culto é organizado fogem dos padrões e acaba chamando a atenção dos jovens. “É a liberdade para ter outras formas de se comunicar com Deus. A palavra de Deus é dita no meio da sua tribo e a transformação é feita lá. Você acaba se sentindo mais a vontade para conhecer e adorar mais a Deus”, comenta o estudante.
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