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Uma polêmica na Câmara Municipal de Curitiba está formada. De uma lado a Associação Paranaense de Parada da Diversidade (APPAD), do outro, vereadores fundamentalistas com suas opiniões retrógradas e homofóbicas. O fato ocorreu no último dia 18 de março, quinta-feira, quando no mesmo dia eram votadas duas importantes questões não só para o movimento LGBT de Curitiba, mas de todo o Brasil.
Uma das questões referia-se às questões educacionais pertinentes ao combate da homofobia no ambiente escolar. Já na outra, entrava em discussão um projeto de reconhecimento de utilidade pública da APPAD. O problema todo está no fato dos vereadores mais conservacionistas da casa não apoiarem o projeto com o pedido de utilidade pública vinculada à instituição, sendo que a mesma cumpre todos os requisitos e documentações necessárias para esta solicitação.
A bancada que rejeitou o pedido é evangélica, composta por seis vereadores que fizeram o possível para vetar a solicitação. Segundo argumentou o vereador Valdemir Soares (PRB), da foto ao lado, o mesmo não se sentiria bem ao votar em um projeto que beneficia a entidade que tem como principal atividade a Parada da Diversidade. Para o vereador, há um certo exagero tanto com gestos, como postura dos participantes, o que intimidaria a sociedade de forma geral.
Mas o discurso homofóbico do vereador foi além, segundo Samantha Wolkan, presidente do Transgrupo Marcela Prado, que esteve presente durante a sessão. O Vereador e Pastor Valdemir referiu-se às transexuais como sendo “rapazes de seios postiços”. Para Samantha, que inclusive estava lá em ocasião anterior quando o Transgrupo recebeu seu título de utilidade pública, comentários como estes são preconceituosos e desrespeitosos não somente com ela, mas com todo o segmento.
Em contrapartida, várias lideranças sociais e também políticas estão dando seu apoio aos dirigentes da APPAD, que pretende mobilizar toda a sociedade para esta discussão que acabou sendo adiada para a próxima segunda-feira, dia 23 de março. Segundo Rafaelly Wiest, presidenta do grupo Dignidade, é uma grande decepção, ações como estas vindas de um grupo fundamentalista que acabam prejudicando um segmento da população. Para ela, os privilégios são fatores secundários, o que importa realmente é o direito exigido pelo grupo. Todos têm o direito de serem iguais, defende.
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