RORAIMA - "Lula traíra" e "Abaixo a Igreja". Frases como essas foram pichadas em paredes da Catedral de Boa Vista, em Roraima, nos últimos dias.

Os atos de vandalismo na catedral estão relacionados a uma série de protestos no Estado contra a possível retirada da população não-índia do interior da terra indígena Raposa/Serra do Sol (nordeste de RR).

O bispo de Roraima, dom Roque Paloschi, disse que não irá mandar pintar a parte externa do prédio, onde ocorreram as pichações. "Vou gastar tinta e eles vão fazer de novo, com os aplausos das autoridades."

Para Paloschi, há "um ataque sistemático" no Estado contra a Igreja. "Há um ataque sistemático e implacável de muitos setores da sociedade de Roraima. E também de muitos jornalistas, que chegam aqui não conhecendo nada e atacando a igreja, como se ela fosse a culpada pela demarcação das terras indígenas."

Questionado pela reportagem sobre quem seriam as pessoas envolvidas com as pichações, o bispo afirmou que não poderia se manifestar.

"Eu não posso dizer quem foi. Não quero responder a processo. Aqui somos atacados, então eu não posso dizer nada porque aí tenho de ir na Justiça responder. A gente sabe quem faz, mas eu não posso dizer, não tenho provas."

No Estado, o CIR (Conselho Indígena de Roraima) --que apóia a demarcação contínua da Raposa/Serra do Sol e a retirada da população não-índia da área-- é tradicionalmente ligado à Igreja Católica.

Já entidades como a Sodiur (Sociedade de Defesa dos Índios Unidos do Norte de Roraima), que é contrária à retirada da população não-índia da terra indígena, é ligada a entidades evangélicas.

Fonte: Folha Online

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Eginoaldo

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