PORTUGAL - A irmã Maria de Fátima Diogo, que trabalhou 23 anos na Liga dos Servos de Jesus, reclama no Tribunal da Guarda uma indemnização de 120 mil euros – sete anos após ter sido expulsa da instituição – por trabalho que não lhe foi pago.

A ofendida – com uma vida dedicada à Igreja e às atividades religiosas, nas quais entrou aos 24 anos – disse ontem ao CM que sente uma 'imensa tristeza' pela expulsão e que passou pelo 'maior sofrimento' por ter perdido aquilo que sempre quis. 'Interromperam um ideal que eu queria seguir', afirma.

A Liga dos Servos de Jesus a expulsou por 'desobediência', fato que ela refuta. 'Não foi fácil chegar até aqui', porque 'os tribunais não se acreditavam competentes para julgar um processo da Igreja, remetendo para o Tribunal Eclesiástico', onde também era difícil de avaliar. Por isso, houve dois recursos, para a Relação de Coimbra e Supremo Tribunal de Justiça, tendo agora este último decidido que o Tribunal da Guarda podia avançar com o processo.

A irmã Maria Diogo (Foto) só conseguiu advogado através do apoio judiciário, porque 'não tinha posses', pois não recebia vencimento na Liga dos Servos de Jesus. 'Tive formação como em qualquer ordem religiosa e fui para lá por vocação, que mantenho. Saí porque fui obrigada', diz.

A sua expulsão deveu-se a um desentendimento com a irmã superiora Guilhermina, já falecida, quanto à formação. Ela desejava prosseguir os estudos (fez o 12.º ano) na Universidade de Coimbra, o que não lhe foi permitido. 'Queria tirar o curso para ser mais útil à instituição', conta, recusando a acusação de desobediência, alegada para a expulsão, pois acabou por interromper os estudos.

Fonte: Correio da Manhã
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Eginoaldo

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