Marcelo Migliaccio, Jornal do Brasil

RIO - O senador Marcelo Crivella, candidato a prefeito pela coligação PRB-PRTB-PSDC-PR, iniciou ontem sua campanha repudiando a homofobia e a intolerância religiosa. Na carta-compromisso que leu para jornalistas e correligionários pela manhã, os dois primeiros tópicos referiam-se a esses temas.

– Sou um homem de diálogo, nunca fui intolerante. Chega de briga, o Rio precisa da união de todos. Quero o voto dos evangélicos, me orgulho de ser um deles, mas também quero atrair os católicos, os umbandistas. O candidato é o senador, e não o bispo.

Ao lado da mãe, Eris, da mulher, Sylvia Jane, e dos filhos Marcelo, Deborah e Rachel, Crivella afirmou que sua recente declaração de que o candidato Fernando Gabeira (PV-PSDB-PPS) apóia “homem com homem” foi publicada fora de contexto:

– Eu estava comentando as bandeiras que ele (Gabeira) defende. Continuo discordando, mas isso não quer dizer que vá discriminar quem quer que seja. A liberdade de pensamento é garantida a todos. Quero respeitar para ser respeitado.

Depois de garantir que não nomeará nenhum membro da Igreja Universal do Reino de Deus para cargos em sua administração caso vença, o senador disse que recomendou a seus pares evangélicos que não peçam voto para ele.

– Nunca pedi voto na igreja e espero que eles não façam isso. Mas nunca deixo de falar nos princípios cristãos. Quero receber a inspiração de Deus, mas não entregar a administração do Rio à igreja. Faço isso para proteger mais a eles.

Rejeição não assusta

Crivella falou sobre a pesquisa do DataFolha e os índices de rejeição. E garantiu que os números vêm caindo desde o início de sua trajetória.

– Quero acabar com esse estigma, esse estereótipo. Minha rejeição se concentra na Zona Sul, por isso optei por iniciar minha campanha por aqui (sua entrevista coletiva aconteceu num hotel da Barra da Tijuca, Zona Oeste).

Assessorado pelo marketeiro Duda Mendonça, responsável pela propaganda eleitoral do presidente Lula na última eleição, Crivella terminou o dia pedindo votos na Feira do Cocotá, na Ilha do Governador (Zona Norte), reduto eleitoral de seu candidato a vice, o ex-sub-prefeito do bairro Jimmy Pereira.

– Na última eleição, ele (Crivella) teve uma votação baixa aqui, cerca de 20 mil votos, acho que isso influenciou na aliança – comentou Jimmy, que é presbiteriano.

Providência

Sobre o Projeto Cimento Social no Morro da Providência, idealizado por ele e maculado pela participação de militares do Exército na morte de três jovens da comunidade, Crivella disse que não foi uma iniciativa eleitoreira.

– Apresentei essa idéia ao presidente no início do ano passado, mas as obras atrasaram por questões contratuais e de compra de material e acabaram ficando próximas da eleição. Espero que elas continuem, pois temos uma dívida com a população carente.

O senador negou que tenha apresentado projeto para que o Exército combata o crime.

– A lei que propus, já aprovada, prevê que o Exército atue com poder de polícia apenas nas fronteiras. Nas cidades, apenas em projetos sociais e de infra-estrutura.

Fonte: JB Online

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Eginoaldo

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