Expulso da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) após mais de dez anos de trabalho, o ex-pastor X., de 42 anos, entrou na Justiça com uma ação de indenização por danos morais - no valor de R$ 1,2 milhão - contra a instituição.
Ele alega ter sido obrigado a se submeter a uma cirurgia de vasectomia. Segundo X., para ser promovido a auxiliar de pastor, todo "obreiro" (voluntário da igreja) é obrigado a fazer a operação. A ação, movida em 1999, ainda tramita.
- Quando veio a ordem da igreja para eu fazer a vasectomia, de início não aceitei. Então, me disseram que ou eu fazia a cirurgia ou estaria "fora da obra". Acabei fazendo por causa da minha fé - conta X., que atualmente trabalha como motorista.
O ex-pastor diz ainda que foi expulso da Iurd após um bispo ter descoberto que ele havia comprado um veículo. Segundo X., a igreja proíbe que seus membros possuam bens, como imóveis e carros:
- Eu pregava numa igreja em Curitiba, no Paraná, e decidi vir ao Rio com minha mulher para visitar nossa família. A igreja mantinha um apartamento em Nova Iguaçu, alugado para a gente. Quando chegamos, comprei um carro de um obreiro, com as economias da minha ajuda de custo, e um bispo da igreja descobriu. Ele me disse para devolvê-lo, mas não aceitei.
Na ação, X. alega que sua expulsão contraria o princípio da vitaliciedade no ministério, que constaria no regimento interno da Iurd.
Família teria sido expulsa por bispo
Segundo o ex-pastor, na madrugada seguinte ao dia da discussão com o bispo, quatro seguranças da igreja estiveram em sua casa, em Nova Iguaçu, por volta das 2h. Eles o teriam colocado na mala de um carro e rodado pelas ruas até às 6h, quando X. foi levado ao encontro do bispo novamente.
" O bispo me disse que eu estava fora da obra, e me mandou sair do apartamento "
- O bispo me disse que eu estava fora da obra, e me mandou sair do apartamento. Avisei que não tinha para onde ir com a minha família, e que ia permanecer.
Um dia depois, o bispo teria ido pessoalmente ao apartamento, acompanhado de seguranças, trocado a fechadura da porta e expulsado sua família.
- Fui à delegacia e um oficial de Justiça deu ordem para eu permanecer no apartamento. Isso foi numa sexta-feira. Passei o fim de semana na casa de parentes, em Caxias e, na segunda, quando retornei, todos os móveis da casa haviam sido retirados. Foi quando decidi procurar meus direitos na Justiça - afirma X., que ficou seis anos desempregado após deixar a Iurd.
Iurd nega as acusações de ex-membro
X. afirma que não possui filhos devido à vasectomia. No entanto, na ação de indenização que move, consta que ele tem uma filha, nascida em 1993 - cinco anos após ele ter entrado para a igreja. No documento, além da indenização de R$ 1 milhão por danos morais, o ex-pastor pede mais R$ 80 mil por danos materiais - por ter sido expulso de onde morava, sem ter para onde ir - e outros R$ 50 mil por "ter sido usado como locutor de rádio (da Iurd) pregando o evangelho".
A assessoria da Iurd negou todas as acusações do ex-pastor. Em nota, a igreja informou que "respeita o direito de escolha de todos os seus pastores e não interfere em seus desejos, tanto que, à época dessas acusações, muitos pastores tiveram filhos e outros planejam ter".
Sobre o impedimento de membros como pastores e auxiliares possuírem bens em seu nome, a instituição informou que "não existe essa proibição (...), pelo contrário, a Iurd tem reuniões específicas para aqueles que desejam a prosperidade".
Fonte:Extra
Ele alega ter sido obrigado a se submeter a uma cirurgia de vasectomia. Segundo X., para ser promovido a auxiliar de pastor, todo "obreiro" (voluntário da igreja) é obrigado a fazer a operação. A ação, movida em 1999, ainda tramita.
- Quando veio a ordem da igreja para eu fazer a vasectomia, de início não aceitei. Então, me disseram que ou eu fazia a cirurgia ou estaria "fora da obra". Acabei fazendo por causa da minha fé - conta X., que atualmente trabalha como motorista.
O ex-pastor diz ainda que foi expulso da Iurd após um bispo ter descoberto que ele havia comprado um veículo. Segundo X., a igreja proíbe que seus membros possuam bens, como imóveis e carros:
- Eu pregava numa igreja em Curitiba, no Paraná, e decidi vir ao Rio com minha mulher para visitar nossa família. A igreja mantinha um apartamento em Nova Iguaçu, alugado para a gente. Quando chegamos, comprei um carro de um obreiro, com as economias da minha ajuda de custo, e um bispo da igreja descobriu. Ele me disse para devolvê-lo, mas não aceitei.
Na ação, X. alega que sua expulsão contraria o princípio da vitaliciedade no ministério, que constaria no regimento interno da Iurd.
Família teria sido expulsa por bispo
Segundo o ex-pastor, na madrugada seguinte ao dia da discussão com o bispo, quatro seguranças da igreja estiveram em sua casa, em Nova Iguaçu, por volta das 2h. Eles o teriam colocado na mala de um carro e rodado pelas ruas até às 6h, quando X. foi levado ao encontro do bispo novamente.
" O bispo me disse que eu estava fora da obra, e me mandou sair do apartamento "
- O bispo me disse que eu estava fora da obra, e me mandou sair do apartamento. Avisei que não tinha para onde ir com a minha família, e que ia permanecer.
Um dia depois, o bispo teria ido pessoalmente ao apartamento, acompanhado de seguranças, trocado a fechadura da porta e expulsado sua família.
- Fui à delegacia e um oficial de Justiça deu ordem para eu permanecer no apartamento. Isso foi numa sexta-feira. Passei o fim de semana na casa de parentes, em Caxias e, na segunda, quando retornei, todos os móveis da casa haviam sido retirados. Foi quando decidi procurar meus direitos na Justiça - afirma X., que ficou seis anos desempregado após deixar a Iurd.
Iurd nega as acusações de ex-membro
X. afirma que não possui filhos devido à vasectomia. No entanto, na ação de indenização que move, consta que ele tem uma filha, nascida em 1993 - cinco anos após ele ter entrado para a igreja. No documento, além da indenização de R$ 1 milhão por danos morais, o ex-pastor pede mais R$ 80 mil por danos materiais - por ter sido expulso de onde morava, sem ter para onde ir - e outros R$ 50 mil por "ter sido usado como locutor de rádio (da Iurd) pregando o evangelho".
A assessoria da Iurd negou todas as acusações do ex-pastor. Em nota, a igreja informou que "respeita o direito de escolha de todos os seus pastores e não interfere em seus desejos, tanto que, à época dessas acusações, muitos pastores tiveram filhos e outros planejam ter".
Sobre o impedimento de membros como pastores e auxiliares possuírem bens em seu nome, a instituição informou que "não existe essa proibição (...), pelo contrário, a Iurd tem reuniões específicas para aqueles que desejam a prosperidade".
Fonte:Extra
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