Paris o julgamento da Igreja da Cientologia, acusada de estelionato e formação de quadrilha. Sete de seus membros também serão julgados por exercício ilegal de atividades farmacêuticas.
No centro do caso estão acusações feitas por uma mulher que diz ter sido pressionada a pagar grandes somas de dinheiro por um teste de personalidade oferecido gratuitamente.
A organização é vista pelas autoridades francesas como seita. No caso de uma condenação, a cientologia corre o risco de ser banida do país.
Esta é a primeira vez que duas pessoas jurídicas, a associação espiritual da Igreja da Cientologia Celebrity Centre, a principal estrutura da organização, situada em Paris, e também a sociedade anônima SEL, livraria que pertence à cientologia, integram o banco dos réus. Até o momento, apenas alguns de seus membros haviam sido processados pela Justiça.
Electrômetro
A seita é suspeita de obrigar seus adeptos a comprar apostilhas, livros, vitaminas e equipamentos como o "electrômetro", que custa 5 mil euros (cerca de R$ 14 mil), apresentado como "um instrumento importante para os cursos".
Segundo o juiz que instruiu o processo, o "electrômetro" só visa "dar uma aparência científica aos testes". Já as vitaminas, diz o juiz, têm efeitos nocivos e teriam o objetivo de "deixar as pessoas em um estado de cansaço profundo, que levam a uma exclusão progressiva do círculo social".
O advogado das vítimas que se dizem lesadas financeiramente pela organização, Olivier Morice, afirma que a Cientologia é "uma grande empresa destinada a fraudar as pessoas para dilapidar suas fortunas".
Ele estima que o julgamento que começa nesta segunda-feira em Paris "é o resultado de uma longa queda de braço entre a Justiça e a cientologia".
"Houve um julgamento importante em Lyon, em 1997, e pessoas foram condenadas. Os métodos da Cientologia que os juízes vão julgar são os mesmos praticados há 12 anos. Mas agora a Justiça poderá condenar a organização e não apenas subalternos do grupo", afirma o advogado.
Duas pessoas que entraram na Justiça contra a organização serão ouvidas pelo tribunal, ao lado da Ordem dos Farmacêuticos da França.
A seita contesta as acusações contra a organização e seus discípulos, e diz que se trata de uma campanha para denegrir sua imagem.
Segundo o porta-voz da cientologia na França, as agências de vigilância de seitas Miviludes (governamental) e Unadfi "orquestraram uma campanha para pressionar os juízes".
"Não se trata de definir se a cientologia é uma religião ou não. Os debates devem se restringir às acusações de fraude, que eu contesto", diz o advogado da cientologia, Patrick Maisonneuve.
As audiências para ouvir as vítimas e os acusados vão durar 11 dias. O julgamento deve terminar apenas em 17 de junho.
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