É um perigo limitar a educação às exigências do mercado de trabalho. Por isso, as escolas devem oferecer às crianças e jovens uma educação completa, que inclua o ensino religioso, defende o Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE).

O órgão, que reúne 33 países, está preocupado com o ensino religioso. O conselho reuniu esta semana em Estrasburgo, com o Conselho da Europa, onde apresentou um estudo sobre o ensino da religião.

Jorge Paulo, coordenador do departamento de Educação Moral e Religião Católica (EMRC), que esteve em Estrasburgo, confirma que “todas as conferências episcopais estão preocupadas” com o ensino religioso.

“Há algumas forças, uma certa campanha para apagar o religioso. Uma campanha liderada por pessoas que se afirmam ateias e combatem a religião”, denuncia Peter Stilwell, perito no CCEE e responsável pelo Diálogo Inter-religioso do Patriarcado de Lisboa. Stilwell dá o exemplo de França, onde este ensino é marginalizado; e de Espanha e Portugal, onde é alternativo. Só em Itália o catolicismo é considerado património cultural.

Também Jorge Paulo é da opinião que “há correntes que acham que não deve haver ensino religioso na escola pública, pessoas que terão peso político”. O ensino da religião, “em Portugal, é visto como uma concessão à Igreja Católica e não como uma preocupação do Ministério da Educação”, critica Peter Stilwell. “Infelizmente, há muitos preconceitos”, lamenta.

Os sacerdotes defendem a frequência do ensino religioso para compreender o património cultural de um povo, mas também o dos outros. “Se estamos a formar para uma sociedade multicultural, é necessário conhecer os outros porque a religião pode ser factor de divisão”, alerta Stilwell.

Por isso, todos os alunos deveriam frequentar esta ou outra cadeira, de carácter obrigatório, onde tivessem formação religiosa. Não necessariamente católica, adverte Jorge Paulo.

O número de alunos de EMRC não tem crescido, cerca de 40 por cento frequenta a disciplina. O maior problema está no 1.º ciclo onde é difícil conciliar o horário.
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Eginoaldo

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