Mais de um bilhão de muçulmanos ao redor do mundo começaram a observar ao nascer do sol desta quarta-feira (11), o Ramadã, o mês sagrado no islamismo. Celebrado pelos muçulmanos no nono mês do calendário lunar, o período segue até dia 9 de setembro. Em Maringá e região, há aproximadamente 600 muçulmanos .O início do Ramadã muda todos os anos e é assinalado pelo aparecimento da lua nova no começo do mês lunar. De acordo com o sheik Abdul Osman, orientador religioso da mesquita de Maringá, há uma defasagem de 11 dias entre ano gregoriano e ano lunar, o que faz com que o início do Ramadã recue 11 dias a cada ano. A palavra Ramadã, de acordo com o sheik, vem do árabe e significa "dia com muito calor".Durante este mês, os muçulmanos praticam o jejum, que se caracteriza como abstinência total de alimento, seja liquido ou sólido, e também de fumo ou prática sexual durante o dia todo. O início se dá pela madrugada, 1h30 antes do nascer do sol, até o por do sol. Segundo o sheik, recomenda-se fazer uma refeição leve, porém reforçada, antes de jejuar, para suportar o dia sem se alimentar.A finalidade do jejum, de acordo com o sheik, é despertar a consciência social e a solidariedade, fazendo com que as pessoas pensem que há outros privados de comer e beber o ano todo e afastar o apego material. Nesta prática de ajuda ao próximo, durante este mês, cada família deve ainda destinar 2,5kg de alimentos por integrante em benefício de algum necessitado. Além disso, a prática religiosa proporciona disciplina, já que há horários determinados para comer, e permite que as pessoas se livrem das toxinas alimentares para fazer uma limpeza no organismo

Quem deve jejuar

De acordo com a orientação do sheik Abdul, as pessoas têm obrigação de jejuar quando começa a puberdade. No caso de doenças permanentes, não se deve fazer jejum. Quem tiver alguma doença temporárias também não deve jejuar, e, assim que se curar, deve repor os dias em que não teve condições de ficar sem se alimentar.

Mulheres menstruadas estão proibidas de jejuar, já que precisam repor o sangue perdido com dieta alimentar, mas têm prazo de onze meses (ou seja, até antes do próximo Ramadã) para compensar os dias que não jejuaram. Já os idosos, que não conseguirem praticar jejum, devem alimentar uma pessoa necessitada por cada dia não jejuado.

Fim do rito

Quando o jejum termina, ao cair da noite, convida-se uma pessoa para quebrar o jejum. "Recomenda-se comer algo leve, e depois sentar-se para jantar", diz o sheik. No entanto, também não se deve exagerar. "Segundo o profeta Mohammed, 1/3 do estômago deve ser destinado ao alimento, 1/3 para bebida e 1/3 deve estar vazio para que se possa respirar tranquilo", orienta. "O estômago é a casa das enfermidades. Se não cuidar dos alimentos que consome, vai causar danos ao organismo".

No dia 9 de setembro, o Ramadã termina com uma festa e oração de agradecimento a Deus.

O sheik ressalta que o jejum é facultativo, e não é necessário esperar o Ramadã para fazê-lo. Em algumas situações como ao jurar em falso ou cometer alguma penalidade, a pessoa deve jejuar. "Não é algo prescrito pelos muçulmanos. O jejum sempre foi prescrito desde os povos mais antigos, e está na Bíblia", disse o sheik. Em Maringá e região, há aproximadamente 600 muçulmanos .

Ramadã no mundo

Sob o forte calor no Oriente Médio, há um desafio especial para os fiéis que se alimentam apenas à noite.

Em alguns lugares, como no Egito, Líbano e Faixa de Gaza, a recomendação de se abster de alimentos, bebidas e cigarros por 15 horas é acompanhada por frequentes apagões no sistema de eletricidade.

Fonte: O Diário

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Eginoaldo

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