O pré-candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos Barack Obama afirmou, nesta quinta-feira (27), que ele sairia de sua igreja em Chicago caso seu ex-pastor Jeremiah Wright continuasse pregando.
Em um programa de televisão norte-americano que será exibido hoje nos Estados Unidos, Obama afirmou: "Se o reverendo não tivesse se aposentado, e se ele não soubesse que o que falou ofendeu profundamente as pessoas, foi inapropriado e distorceu o que eu acredito que seja a grandeza deste país, por todas estas falhas, eu não me sentiria confortável ficando na igreja".
Jeremiah Wright tornou-se conhecido dos eleitores norte-americanos após seus controversos sermões que foram amplamente divulgados na internet e na televisão e até vendidos em DVD.
Neles, Wright afirma que os Estados Unidos são um país fundamentalmente racista e que os negros deveriam dizer "Deus amaldiçoe a América" em invés da tradicional fala nacionalista, "Deus abençoe a América". Ele também afirmou que o governo dos EUA criou a Aids para destruir "as pessoas de cor".
Obama afirmou na quarta-feira (26) que conversou com Wright, que se aposentou da Trinity United Church of Christ de Chicago, mas continua como pastor. Em seu discurso já famoso sobre a questão racial no país, Obama distanciou-se dos comentários de Wright, mas não repudiou diretamente o pastor que celebrou seu casamento e o batizado de seus filhos.
O discurso foi a maneira encontrada pela equipe de campanha de Obama de encerrar a polêmica que poderia ser perigosa para o senador, que prega desde o início de sua candidatura que os eleitores transcendam as questões raciais.
Contudo, sua rival democrata, Hillary Clinton, colocou a polêmica de volta na mídia ao afirmar, nesta quinta-feira (27), que ela teria abandonado a igreja de um pastor que falou do país do jeito que Wright falou. A declaração marcou a primeira vez que Hillary falou sobre o assunto. Até o momento, o tema só havia sido abordado por seus assessores de campanha.
A equipe de Obama acusou Hillary de abordar o tema apenas para desviar a atenção da polêmica criada pelo seu relato errôneo de que chegou à Bósnia, em 1996, sob tiroteio.
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