Na semana passada, em meio à tensão causada na sessão que terminou por aprovar o empréstimo de R$ 191 milhões que o Governo Maranhão III está contraindo junto ao BNDES, o deputado Nivaldo Manoel (PPS) emplacou mais uma "iniciativa evangélica" no rito processual da Assembleia da Paraíba. Agora, além da leitura de um versículo bíblico na abertura dos trabalhos, o Regimento Interno estabelece que também ficam reservados cinco minutos para "reflexão" do texto lido das Escrituras Sagradas.
Não vou entrar aqui em alguns méritos recorrentes: o fato de o Estado ser laico; a constatação de que outras correntes religiosas também teriam o mesmo direito de emplacar seus "espaços" na Casa do Povo, ou mesmo como, em nome de Deus, alguns ditos representantes de segmentos da igreja evangélica se assenhoram de situações que, contrariadas, poderiam até transparecer "heresia" aos olhos de fundamentalistas de plantão.
O que causa incômodo, confesso, é como esse tipo de iniciativa termina batendo de frente com uma outra orientação das próprias Escrituras, no Velho Testamento: não se deve usar o nome de Deus em vão. Vou mais além: no Novo Testamento, ninguém menos que Jesus Cristo chegou a recorrer à expressão "atirar pérolas aos porcos", como uma forma figurada de evidenciar uma verdade: determinadas atitudes, por mais lastreadas que estejam na boa vontade e alicerçada em ideais nobres, podem se tornar inócuas a depender da ambiência.
É exatamente o caso dessa resolução, de iniciativa do deputado Nivaldo Manoel, aprovada sem qualquer discussão num dia especialmente delicado para a Assembleia. De certo ponto, é até louvável e politicamente correto, por parte dos nobres parlamentares, introduzirem mais esse "afago" na comunidade evangélica e similares. O que torna o gesto perigoso, do ponto de vista de resultados, é a superexposição que se fará de valores intangíveis da humanidade numa Casa marcada pelo embate de interesses dos mais diversos, pródiga em atitudes isoladas de alguns integrantes que deixariam rubro o mais esperto dos mafiosos.
Chega a ser patética até a cena protagonizada pelo autor da propositura nesses primeiros dias de vigência da resolução. Transformando a tribuna da Casa num púlpito, o pastor Nivaldo Manoel faz sua exposição para uma platéia totalmente desatenta, desrespeitosa e por demais envolvidas nos moídos seculares. Talvez, apenas talvez, o parlamentar imagina que a Palavra nunca se perde, pode até ser que, através da TV Assembleia, se apenas uma alma estiver atenta à sua pregação, já terá valido a pena. Pode ser.
O fato é que, no cômputo geral, jogando pérolas aos porcos, Nivaldo Manoel contribuiu mais para banalizar a imagem de Deus do que propriamente exaltar o Criador. Na essência, o que realmente deveria prevalecer não seriam atitudes farisaicas dessa estirpe. A maior pregação sobre o poder de Deus é o testemunho que comove e convence através do comportamento, principalmente nos bastidores.
Lamentavelmente, em sua grande maioria, os ditos representantes evangélicos na Assembleia e em outras casas legislativas têm sido historicamente muito mais alvos de escândalos e maus exemplos do que os "gentios" de outras religiões, demonstrando muito mais aptidão para negociatas e pecadilhos vários do que certos profissionais sem compromisso com Deus.
É hoje
Pois é. A Santa Fé é um modelo vitorioso. Saúde e paz. Como diria o ex-presidente Tancredo Neves, com a potência de 200 cavalos, em 2009, a vitória já foi antecipada.
Fonte: PB Agora
Não vou entrar aqui em alguns méritos recorrentes: o fato de o Estado ser laico; a constatação de que outras correntes religiosas também teriam o mesmo direito de emplacar seus "espaços" na Casa do Povo, ou mesmo como, em nome de Deus, alguns ditos representantes de segmentos da igreja evangélica se assenhoram de situações que, contrariadas, poderiam até transparecer "heresia" aos olhos de fundamentalistas de plantão.
O que causa incômodo, confesso, é como esse tipo de iniciativa termina batendo de frente com uma outra orientação das próprias Escrituras, no Velho Testamento: não se deve usar o nome de Deus em vão. Vou mais além: no Novo Testamento, ninguém menos que Jesus Cristo chegou a recorrer à expressão "atirar pérolas aos porcos", como uma forma figurada de evidenciar uma verdade: determinadas atitudes, por mais lastreadas que estejam na boa vontade e alicerçada em ideais nobres, podem se tornar inócuas a depender da ambiência.
É exatamente o caso dessa resolução, de iniciativa do deputado Nivaldo Manoel, aprovada sem qualquer discussão num dia especialmente delicado para a Assembleia. De certo ponto, é até louvável e politicamente correto, por parte dos nobres parlamentares, introduzirem mais esse "afago" na comunidade evangélica e similares. O que torna o gesto perigoso, do ponto de vista de resultados, é a superexposição que se fará de valores intangíveis da humanidade numa Casa marcada pelo embate de interesses dos mais diversos, pródiga em atitudes isoladas de alguns integrantes que deixariam rubro o mais esperto dos mafiosos.
Chega a ser patética até a cena protagonizada pelo autor da propositura nesses primeiros dias de vigência da resolução. Transformando a tribuna da Casa num púlpito, o pastor Nivaldo Manoel faz sua exposição para uma platéia totalmente desatenta, desrespeitosa e por demais envolvidas nos moídos seculares. Talvez, apenas talvez, o parlamentar imagina que a Palavra nunca se perde, pode até ser que, através da TV Assembleia, se apenas uma alma estiver atenta à sua pregação, já terá valido a pena. Pode ser.
O fato é que, no cômputo geral, jogando pérolas aos porcos, Nivaldo Manoel contribuiu mais para banalizar a imagem de Deus do que propriamente exaltar o Criador. Na essência, o que realmente deveria prevalecer não seriam atitudes farisaicas dessa estirpe. A maior pregação sobre o poder de Deus é o testemunho que comove e convence através do comportamento, principalmente nos bastidores.
Lamentavelmente, em sua grande maioria, os ditos representantes evangélicos na Assembleia e em outras casas legislativas têm sido historicamente muito mais alvos de escândalos e maus exemplos do que os "gentios" de outras religiões, demonstrando muito mais aptidão para negociatas e pecadilhos vários do que certos profissionais sem compromisso com Deus.
É hoje
Pois é. A Santa Fé é um modelo vitorioso. Saúde e paz. Como diria o ex-presidente Tancredo Neves, com a potência de 200 cavalos, em 2009, a vitória já foi antecipada.
Fonte: PB Agora
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