As diferenças entre Edir Macedo (Igreja Universal do Reino de Deus) e o pastor Silas Malafaia (Assembléia de Deus Vitória em Cristo) são antigas e envolvem relações de poder e disputa por espaço em meios de comunicação. Entretanto, nem sempre foi assim. Durante algum tempo, os programas de Malafaia serviram para criticar os veículos das Organizações Globo. O pastor já criticou duramente o jornal O Globo, a revista Época e a TV Globo, inclusive, defendendo Edir Macedo.
Porém, nos últimos anos, a mira de Malafaia parece ter encontrado outro alvo. Em um de seus ataques contra Edir Macedo, em 2010, ele afirmou que a Record faz jornalismo pró-PT por interesses comerciais. "Você foi comprado para defender o governo e a Dilma. Sua emissora é chapa-branca, com jornalismo tendencioso. Vou mostrar que você é um falso profeta mentiroso, vai cair a máscara", afirmou Malafaia em resposta a Macedo, completando que a Record é um "lixo moral".
Porém, nos últimos anos, a mira de Malafaia parece ter encontrado outro alvo. Em um de seus ataques contra Edir Macedo, em 2010, ele afirmou que a Record faz jornalismo pró-PT por interesses comerciais. "Você foi comprado para defender o governo e a Dilma. Sua emissora é chapa-branca, com jornalismo tendencioso. Vou mostrar que você é um falso profeta mentiroso, vai cair a máscara", afirmou Malafaia em resposta a Macedo, completando que a Record é um "lixo moral".
No último mês de setembro, Malafaia voltou a atacar o líder da Universal, após o bispo ter dito em seu blog que "os cantores evangélicos são endemoninhados". Ao que Malafaia mais uma vez revidou: "os demônios, da mais alta hierarquia, fazem o que vocês fazem, isto é, atuam nessa área, pegam dízimo e oferta do povo de Deus, compram emissoras de TV, que ao invés de glorificar a Deus, é o santo financiando o profano e o podre". Para finalizar, chamou mais uma vez a Record de lixo moral e disse que é "financiada com ofertas e dízimos do povo de Deus".
Em perfil feito pela jornalista Daniela Pinheiro na revista Piaui de setembro, Malafaia contou que no final de 2010 foi chamado para uma conversa com o vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho. "O dono da Rede Globo lhe disse que queria conhecer melhor o mundo dos evangélicos. E contou terem percebido, na emissora, que Edir Macedo não era a voz dos protestantes no Brasil. Desde então, eles mantêm um canal de comunicação", diz a matéria.
Malafaia contou à jornalista que depois da conversa apareceu no "Jornal Nacional" cinco vezes. Ainda, segundo a reportagem, um dos sonhos de Malafaia é comprar horário na TV Globo para fazer pregações: "ainda vou conseguir, eles já estão abrindo, olha o programa do Faustão cheio de cantor evangélico se apresentando". Para a Piaui, a Globo admitiu que não comercializa horários contínuos: "só vendemos anúncios em intervalos comerciais", disse João Roberto Marinho. Para a IMPRENSA, a Rede Globo confirmou a conversa entre Malafaia e João Roberto Marinho, mas não deu detalhes sobre o objetivo da reunião. Procurada, a assessoria de imprensa de Malafaia não retornou às tentativas de contato; já a Record afirma que não se pronunciará sobre o assunto.
Diferenças institucionais
O impasse entre os líderes religiosos e o movimento que eles "representam" é significativo. De acordo com o IBGE, a previsão é que o índice de evangélicos no país ultrapasse 25% da população. Em 1970, início da popularização evangélica na TV, o número de fiéis não chegava a cinco milhões. Rui Luís, historiador e teólogo, destaca que a visibilidade proporcionada pela TV não representa os evangélicos. "São as grandes denominações que podem se beneficiar deste tipo de mídia. Esses grupos possuem estrutura suficiente para poder bancar o custo de um programa destes, que não é baixo", diz.
Ed René Kivitz, pastor evangélico, teólogo e mestre em ciência da religião pela Universidade Metodista de São Paulo, vê no fenômeno televisivo uma questão relacionada à necessidade de visibilidade pessoal. "Eu avalio que o conteúdo em si é distante da essência do evangelho. É uma presença que se confunde com o projeto de poder destas personalidades e suas respectivas instituições. Isso parece prioritário ao compromisso com o evangelho", avalia.
Ed René Kivitz, pastor evangélico, teólogo e mestre em ciência da religião pela Universidade Metodista de São Paulo, vê no fenômeno televisivo uma questão relacionada à necessidade de visibilidade pessoal. "Eu avalio que o conteúdo em si é distante da essência do evangelho. É uma presença que se confunde com o projeto de poder destas personalidades e suas respectivas instituições. Isso parece prioritário ao compromisso com o evangelho", avalia.
Fonte: Portal Imprensa
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