
Para mudar essa realidade, é que várias ações têm sido demandadas no Semiárido, principalmente, através das organizações não-governamentais, como a ACEV Social. A ACEV tem sua sede em Patos, e existe há 73 anos, mas só há 6 anos formalizou-se como ONG. Estima-se que neste ano de 2011 as ações da ACEV Social irão beneficiar uma média de 200 famílias através do Programa Sertão Sustentável. Que promove desenvolvimento comunitário Rural, partindo da provisão de água (Projeto Poços) para a comunidade e o desenvolvimento sustentável da mesma, gerando por meio dos projetos PlantAÇÃO (agricultura familiar) e 4 Pernas (criação de rebanho de caprinos e ouvinos), sua inclusão produtiva, o que revela o potencial de transformação da realidade socioeconômica da região. Por meio do projeto Agroflorestal o Programa contribui no combate a desertificação do semiárido nordestino em seus diversos aspectos, sob a égide da conservação do bioma e ecossistema da Caatinga do Nordeste brasileiro.
Com a perfuração do poço no sítio Mendes em Quixabá e assistência para o cultivo e comercialização de hortaliças, seu Teófilo viu o sertão florescer, e com ele sua esperança. Toda família contribui com satisfação no trabalho de plantação e cultivo da horta, faz a higienização dos produtos e parte para as vendas na feira local, na qual têm uma estrutura providenciada pelo Programa da ACEV Social. De lá tiram o sustento, a auto-estima, a saúde, a educação, a união familiar, a alegria de viver.
Mauba Sueny sai de sua casa de cabeça erguida com sua irmã; não para partir e não mais voltar em busca de sobrevivência, mas para pegar o transporte que as levará para universidade e as trará de volta para o lar, para seus pais, seu marido, seus filhos, que vêem na mãe uma guerreira, um exemplo a ser seguido. E seu Teófilo, é o pai e o avô mais feliz e orgulhoso do mundo!
A transformação de realidades veio não só para família de seu Teófilo, mas também para vários outros, que antes meros figurantes, agora protagonistas de suas próprias histórias. Como Antonio Florentino de 31 anos, agricultor no sítio Pinheiro em Manaíra na Paraíba. “Tudo foi perfeito para uma comunidade que necessitava de água. Foi a nossa salvação! Se não fosse o Poço não existiria mais ninguém lá, hoje a comunidade só faz crescer. É um trabalho que oferece oportunidade aos agricultores e a todos os sertanejos.”
Iniciativas como essa nos faz perceber, que temos mais valentes do que pensamos no nosso sertão, mais empreendedores do que cortadores de cana. E que a paisagem cinza da seca pode ser verde como uma alface nas mãos de quem ama sua terra.
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Gleydice Bernardes é jornalista e participante do projeto Paralelo 10
Gleydice Bernardes é jornalista e participante do projeto Paralelo 10
Fonte: Paralelo10
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