Barack Hussein Obama se tornou hoje o 44º presidente dos Estados Unidos, após jurar sobre a Bíblia e diante de mais de 2 milhões de pessoas reunidas em frente ao Capitólio de Washington "desempenhar com fidelidade o cargo e defender a Constituição dos EUA".

No discurso de posse, Obama relembrou os fundadores dos Estados Unidos. Também direcionou o seu discurso aos não norte-americanos: "A América é amiga de toda nação em busca de paz e prosperidade", afirmou, pouco antes de falar em deixar o Iraque a seu povo e a levar paz ao Afeganistão. "O mundo mudou, e precisamos mudar com ele", afirmou.

Sobre a economia, Obama citou "esperança" e "medo": "nós escolhemos a esperança sobre o medo. Sabemos da gravidade da crise, pois vemos a situação que vivemos, com milhares de empregos perdidos. Mas juntos conseguiremos sair dessa crise". O presidente afirmou ainda que os problemas não serão resolvidos facilmente nem em pouco tempo, mas que serão enfrentados. "A nossa economia está enfraquecida como consequência de ganância e irresponsabilidade de alguns", afirmou.

  • Molly Riley/EFE

    Barack Obama assina primeiro ato com presidente depois de ter sido empossado em Washington


"A América precisa desempenhar o seu papel de trazer essa nova era de paz", disse Obama. "O mundo mudou e precisamos mudar com ele." "Vamos começar a deixar responsavelmente o Iraque."

"Que estamos no meio de uma crise, não é algo novo. Nossa economia está enfraquecida pelas escolhas de alguns. Os problemas não serão enfrentados em pouco tempo ou facilmente, mas, saiba disso América, serão enfrentados", disse Obama.

"Teremos que enfrentar dogmas que por muito tempo impediram nossa nação de funcionar melhor", completou. "Nosso momento de defender interesses estreitos e pequenos acabou. O Estado da economia precisa de ação corajosa, e vamos agir."

Obama também agradeceu George W. Bush, seu antecessor, e afirmou que aqueles que criticam seu plano têm memória curta. "Os argumentos políticos antigos não se aplicam mais. A pergunta que fazemos hoje não é se um governo é pequeno ou grande demais, e sim, se funciona. Uma nação não pode prosperar se beneficiar apenas os prósperos. A América é amiga de toda nação que busque paz e dignidade."

Obama citou os ideais da Constituição americana e afirmou que eles ainda são os mesmos feitos pelos fundadores do país. "Nós somos os guardiões desse legado." "Somos uma nação de judeus, hindus, de toda língua e cultura", disse. "Seu povo vai julgar baseado no que vai construir e não destruir", completou, referindo-se às nações em guerra.

Por fim, Obama citou o pai, afirmando que, há alguns anos, ele sequer poderia comer em um restaurante e que, agora, seu filho está no Capitólio, tomando posse como presidente. "Vamos enfrentar as tempestades que podem vir."

  • Reprodução/BBC

    Mobília de George W. Bush
    é retirada da Casa Branca

Na oração invocatória, o reverendo Rick Warren afirmou que o povo americano é grato por viver em uma terra de oportunidades, onde alguém como Obama pode tornar-se presidente. Em seguida, Aretha Franklin cantou "My country 'tis of thee", canção patriótica que fala sobre liberdade.

Acompanham a posse no Capitólio membros da administração de George W. Bush, como a secretária de Estado Condoleezza Rice, o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, o democrata Ted Kennedy, o democrata Al Gore, e os pais do presidente, George Bush (1989-1993) e Bárbara Bush.

Os passos da posse
Barack Obama toma posse como o 44º presidente do país, um acontecimento inédito para os Estados Unidos, que terá seu primeiro líder negro. Ele chegou ao Capitólio por volta das 14h, acompanhado pelo presidente George W. Bush, sob forte esquema de segurança.

Após fazer o juramento de posse, acompanhado de seu vice, Joe Biden, Obama realiza o trajeto do desfile do Capitólio até a Casa Branca (previsto para começar às 17h30 do Brasil).

Obama deu início às cerimônias de posse com um ofício religioso, acompanhado pela mulher, Michelle. O casal chegou à Casa Branca para um café com o atual presidente George W. Bush e o vice Dick Cheney, por volta das 13h30 (horário de Brasília).

MEMÓRIA

  • AFP - 5.nov.2008

    Em 5 de novembro de 2008, Obama faz seu 1º discurso após ser eleito presidente dos EUA

Obama, sorridente, beijou Laura na face e apertou cordialmente a mão de Bush que lhe deu um tapinha no ombro; Michelle Obama beijou o casal Bush e entregou um presente a Laura.

Antes, Obama e Michelle foram levados de carro até a igreja Episcopal St. John para uma cerimônia de cerca de uma hora. O casal presidencial estava acompanhado pelo vice eleito, Joseph Biden, e sua esposa Jill.

Em um telegrama enviado nesta terça, o Papa Bento XVI pediu ao novo presidente que promova a paz e a cooperação entre as nações. "Rezo para que se comprometa em promover a compreensão, a cooperação e a paz entre as nações", escreveu.

Mais de 2 milhões de pessoas enfrentam 6 ºC negativos em Washington para assistir à cerimônia. Grupos cantam slogans como "Yes, we can" (Sim, nós podemos) e "USA, USA" (sigla para EUA, em inglês). Televisores foram instalados ao redor do National Mall para que todos possam ver o presidente

Primeiro compromisso como presidente
A agenda presidencial de Obama será inaugurada já nesta tarde. Assim que retornar à Casa Branca, após as festividades, o presidente é esperado no Salão Oval para sua primeira reunião oficial. Na pauta, política externa e economia.

Conselheiros e analistas financeiros discutirão com Obama como enfrentar a prioridade de seu governo, a crise econômica mais grave do país desde a Grande Depressão de 1929. No último mês de 2008, o desemprego nos EUA saltou para 7,2%, o maior percentual em 16 anos.

Obama já anunciou que se reunirá com militares para implementar uma mudança de comando nas operações em andamento no Iraque e no Afeganistão. Promessa eleitoral que lhe rendeu muitos votos, o plano de retirada das tropas americanas do Iraque, seis anos após a invasão, deve ser discutido com o Pentágono para que a operação termine em 16 meses.

No Afeganistão, no entanto, Obama já manifestou intenção de ampliar o número de militares no país, em operação que ele considera essencial na nova era do combate ao terrorismo.

Fonte: Uol
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Eginoaldo

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