A novela "A Favorita" está chegando ao fim e, além do mistério sobre o destino que o autor João Emanuel Carneiro dará à malvada da Flora, o povo, na rua, discute o futuro de outro personagem: Orlandinho, interpretado pelo ator Iran Malfitano, que se mostra confuso em relação à sua sexualidade.


"Eu acho que é uma violência total e absoluta querer interferir na orientação sexual de uma pessoa, na singularidade dessa pessoa. É a mesma coisa que se fazia antigamente com quem era canhoto", diz a psicanalista Regina Navarro Lins.
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"Homossexualidade não é doença e acho que todos deviam encarar como normalidade", afirma a psicanalista.

A Igreja Católica não concorda. Na antevéspera do Natal, o Papa Bento XVI, em sua saudação de fim de ano, comparou o combate ao homossexualismo ao esforço para a proteção às florestas. Segundo ele, são duas coisas importantes no século 21.
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"A prática homossexual é entendida como pecado", diz Don Antonio Dias Duarte, bispo-auxiliar do Rio de Janeiro.

Os evangélicos compartilham do mesmo ponto de vista e acreditam que é necessário um trabalho para transformar gays em ex-gays.
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"O homossexual é objeto do amor de Deus. Nós precisamos, através desse amor de Deus, trabalhar para que ele volte a ser aquilo que originalmente o homem foi criado para ser: heterossexual", explica o pastor da Igreja Batista Alexandre Macedo de Oliveira.

"Sofri um abuso sexual e passei a viver no homossexualismo durante 16 anos da minha vida. (...) A igreja me apoiou de uma certa forma que eu pude vencer todo o trauma sofrido e passar a viver uma nova vida em Cristo. Precisei do apoio da minha família, dos irmãos da igreja para que eu pudesse realmente hoje poder dizer que não sou mais homossexual, e sim heterossexual", conta o cabeleireiro Guilherme Chagas da Conceição.

Sérgio Viula, gay assumido, 35 anos, evangélico que chegou a ser pastor e se dedicou ao Movimento pela Sexualidade Sadia (Moses), especializado na recuperação de gays, acredita que esse tipo de trabalho não é eficiente.

"A única coisa que eu consegui fazer foi me reprimir enquanto estive lá dentro. Na verdade, eu me casei. Fiquei 14 anos casado e tive 2 filhos maravilhosos. Depois me separei, assumi a minha homossexualidade e continuei amando meus filhos. Hoje eu tenho um relacionamento fixo, eles conhecem, não têm nenhuma crise com isso. Passamos o Natal juntos. Minha filha já até viajou com o meu parceiro", conta Viula.

De um lado, a vida real. Do outro, a ficção da novela. Como será que vai terminar a história de Orlandinho?

Fonte: G1

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Eginoaldo

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