Pessoas que moram nas proximidades da Igreja Cristã Apostólica Renascer em Cristo na Avenida Lins de Vasconcellos, no Cambuci, Zona Sul de São Paulo, e outros voluntários ajudaram os bombeiros na remoção dos escombros do local. No início da noite de domingo (18), o teto da igreja desabou, deixando oito mortos e 94 feridos.

Em grupos ou sozinhas, as pessoas encontravam uma forma de demonstrar solidariedade e pesar. O trabalho durou toda a madrugada, com a retirada de telhas, cadeiras e pedaços de madeira das ruínas. Os voluntários também ajudaram doando sangue para as vítimas que estavam no hospital.

A vizinhança não dormiu. Das janelas e da rua, muita gente acompanhou de perto o trabalho dos bombeiros. Mesmo durante a madrugada, a rua ficou cheia. Mesmo abaladas pela proximidade da tragédia, muitas pessoas entraram na igreja para ajudar no resgate dos feridos.

Vítimas

Os corpos de sete das vítimas do desabamento devem ser retirados do Instituto Médico-Legal Central de São Paulo ainda durante a manhã desta segunda. Segundo o IML, seis corpos já foram liberados e as famílias aguardam apenas resoluções burocráticas da funerária.

Uma das vítimas ainda não foi reclamada pela família. A última vítima fatal morreu no início desta manhã, e seu corpo ainda não chegou ao IML.

O Corpo de Bombeiros de São Paulo informou que cerca de 600 pessoas estavam no local quando o teto desabou, pouco antes do culto das 19h de domingo. Os bombeiros permaneciam fazendo buscas por possíveis vítimas do desabamento no início da manhã desta segunda. De acordo com a corporação, 15 equipes estavam no local.

Segundo os bombeiros, um homem de cerca de 40 anos que foi dado como desaparecido pela família é procurado no local. De acordo com os familiares, a possível vítima costumava ir ao culto e não foi encontrada. Não há confirmação, mas os bombeiros trabalham com a hipótese de que ele pudesse estar no templo. O homem também é procurado nos hospitais para onde foram levadas as vítimas.
Oito imóveis vizinhos ao templo foram interditados pela Defesa Civil da Prefeitura da cidade após o desabamento. Os imóveis foram interditados pois há risco das paredes laterais do templo, que apresentam rachaduras, desabarem e atingir as edificações vizinhas.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, há feridos em 15 hospitais e dois pronto-socorros em diversos pontos da capital. Muitos tiveram fraturas múltiplas, inclusive com afundamento de crânio e membros. Nesta madrugada, de acordo com a secretaria, algumas vítimas continuavam internadas em observação e outras tinham sido liberadas.

Risco de desabamento

O governador de São Paulo, José Serra, esteve na noite deste domingo no local. Ele mesmo só conseguiu chegar à porta do templo e foi impedido de entrar. “Ainda há risco de desabamento”, contou ele, que disse ter escapado de ser atingido por um aparelho de ar condicionado que caiu a “poucos centímetros” de onde estava.

Segundo o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, só será possível descobrir as causas do acidente após a perícia, que começará nesta segunda-feira (19) com funcionários da Secretaria de Habitação e da Polícia Civil.

De acordo com Serra, em princípio, a situação do prédio “estava legal”, no que se refere a documentos de alvará e de manutenção. O governador descreveu o templo como estando “em ruínas”.

Fonte: G1

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Eginoaldo

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