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Henry Sobel decidiu pelo afastamento depois de 37 anos à frente de congregação (Foto: Arquivo)

O rabino Henry Sobel, de 63 anos, anunciou, na noite desta quarta-feira (17), que vai deixar as funções administrativas da presidência do rabinato da Congregação Israelita Paulista, segundo informações divulgadas pelo Jornal da Globo.


Sobel, que foi detido em março deste ano por furtar gravatas nos Estados Unidos, ocupava o cargo na congregação havia 37 anos.


Ele deve continuar a exercer atividades políticas e religiosas, como a celebração de casamentos e "bar mitsvahs", em São Paulo. "Estou saindo da CIP por iniciativa própria", afirmou o rabino à Agência Estado. Entre os planos para o futuro, ele anunciou a criação do Instituto Henry Sobel e a publicação de uma autobiografia.

A decisão contraria declarações anteriores do rabino, que chegou a negar os boatos de que teria a intenção de mudar-se para os Estados Unidos e de abandonar o cargo que ocupava. “Pretendo ficar aqui até o resto da minha vida”, afirmou.


Depois do escândalo do furto das gravatas, Sobel chegou a se licenciar do cargo e não participou das celebrações do último Yom Kippur, o Dia do Perdão, principal data sagrada do calendário judeu.

O furto

O rabino foi detido no dia 23 de março, segundo a polícia norte-americana, após ter sido flagrado pela câmera da loja Louis Vuitton em Palm Beach. Detido, foi fichado por furto, passou a noite em uma cela e foi liberado no dia seguinte depois de pagar fiança de US$ 3 mil (R$ 6.200, na época).

Internação

No dia 30 de março, Sobel foi internado no Hospital Albert Einstein, no Morumbi, Zona Sul de São Paulo, após um diagnóstico de "transtorno de humor", com sinais de "descontrole emocional" e "alterações de comportamento", segundo o hospital. O boletim dizia ainda que o Rabino utilizava remédios que são causadores potenciais de "confusão mental" e "amnésia".

"O paciente estava sob tratamento medicamentoso e, por insônia severa, vinha fazendo uso imoderado de hipnóticos diazepínicos, causadores potenciais de quadros de confusão mental e amnésia", afirmava o documento, assinado pelos médicos José Henrique Germann e Flavio Huck.

No dia 7 de abril, ele deixou o hospital sem falar com a imprensa. Durante a internação, ele chegou a dar uma declaração pública, pedindo desculpas "pelo transtorno" que criou para todos. E completou: "o Henry Sobel que cometeu aquele ato não é o Henry Sobel que vocês conhecem".

Acordo

Um acordo entre seus advogados e um promotor público norte-americano foi fechado em maio para o arquivamento do inquérito que investigava nos Estados Unidos o furto das gravatas.


Segundo o acordo, Sobel teria que prestar 100 horas de serviços comunitários a duas instituições sociais – um lar dedicado a crianças mantido pela Congregação Israelita Paulista e uma entidade voltada à população de baixa renda, a União Brasileiro-Israelita do Bem-estar Social (Unibes), no bairro do Bom Retiro, no Centro de São Paulo.

“O acordo foi humano, visa corrigir os erros cometidos. É muito difícil para mim explicar o inexplicável. É perfeitamente compreensível cumprir o acordo, uma vez que ele visa melhorar a condição humana”, disse o rabino.

http://g1.globo.com
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Eginoaldo

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