A pobreza deixa as pessoas invisíveis, anônimas e insignificantes, pois elas não têm qualquer utilidade ao sistema econômico vigente, diz o texto litúrgico para o domingo da Federação Luterana Mundial (FLM), que será comemorado, a critério das igrejas locais, no próximo domingo ou no dia 4 de novembro.

"Como vivemos dentro da comunhão luterana nossa relação de irmãos e irmãs em Cristo num mundo dividido pelo pão que não é compartilhado?" - indaga o presidente da FLM, bispo Mark S. Hanson, da igreja dos Estados Unidos. Hanson lembra o reformador Lutero, para quem o pão diário não é somente o alimento, mas tudo o que é preciso para uma vida digna, como moradia, vestimenta, bom governo, paz, saúde, honra, amigos.

Luteranos reconhecem, no texto litúrgico preparado para o Dia da FLM, que os valores aos quais a sociedade dá valor, como prestígio, bens materiais e posição social, ganham, com freqüência, importância também na igreja. "Raras vezes aproveitamos a oportunidade para mudar as coisas em nosso entorno. Não somos suficientemente valentes e nos falta criatividade", afirmam.

Quando a riqueza conduz a uma falsa segurança ela pode ser perigosa. Da perspectiva bíblica, a justiça é a norma com a qual a riqueza deve ser medida. "A Bíblia diz de modo claro que a pobreza é um escândalo", sinaliza a liturgia do Dia da FLM. Por isso luteranos vão pedir, no domingo, para que Deus os ajude a converter a igreja num lugar onde as pessoas empobrecidas e ricas encontrem tolerância e perdão.

Hanson menciona hino entoado em igrejas da América Latina, que pede: "Abençoa, Senhor, o nosso pão, e dá pão aos que têm fome, e fome de justiça aos que têm pão."

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Eginoaldo

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