Centenas de monges budistas e freiras participaram nesta terça-feira de uma marcha no Camboja para demonstrar apoio ao julgamento dos líderes do Khmer Vermelho que governaram o país entre 1975 e 1979 e teriam sido responsáveis pela morte de pelo menos 1,7 milhão de pessoas.
Os manifestantes vieram de várias regiões do país e marcharam até as cortes especiais, localizadas nos arredores da capital, Phnom Penh.
Os organizadores da marcha afirmam que os tribunais serão cruciais para ajudar os cambojanos a esquecerem do passado tumultuado e olharem para o futuro.
Os monges foram bem recebidos pelas cortes e participaram de uma sessão de perguntas e respostas com as autoridades jurídicas.
Um porta-voz do tribunal afirmou que foi dito aos manifestantes que o trabalho das cortes é para eles.
Ao organizar a marcha para o dia de Natal, os monges ressaltaram a natureza internacional do tribunal do Khmer Vermelho.
Khmer Vermelho
O regime comunista imposto pelo Khmer Vermelho perseguia minorias étnicas e opositores políticos.
O Camboja é um país majoritariamente budista, mas o Khmer Vermelho forçou os monges budistas a pararem de usar seus uniformes e fechou seus santuários.
O regime também massacrou muçulmanos que se recusavam a abdicar da sua fé, e destruiu igrejas cristãs.
Autoridades jurídicas do mundo todo trabalham nas cortes organizadas para os julgamentos dos líderes do regime.
No próximo mês, o tribunal irá fazer um apelo a doadores internacionais para um patrocínio extra de dez milhões de dólares.
Sem o dinheiro, o processo, aguardado há vários anos, pode perder a força.
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