O núncio apostólico d. Lorenzo Baldisseri enviou ontem carta que pede ao bispo de Barra, na Bahia, d. Luiz Cappio, que suspenda sua greve de fome. O jejum de protesto contra a transposição do rio São Francisco já dura 18 dias. Baldisseri é o representante do papa Bento XVI no Brasil.
Na quinta-feira, em nota oficial, a Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convidou os cristãos a se "unirem em jejum e oração" ao bispo.
No dia 27 de novembro, o d. Cappio retomou a greve de fome como protesto à transposição do Rio São Francisco. O primeiro jejum ocorreu há pouco mais de dois anos, quando ele passou 11 dias em greve de fome na cidade de Cabrobó (PE). Entre os argumentos para reiniciar o protesto está o compromisso firmado pelo bispo com o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
O acordo, feito em outubro de 2005, previa a abertura, por parte do governo, para diálogo com a sociedade civil sobre alternativas para o desenvolvimento sustentável do semi-árido brasileiro.
A condição proposta pelo bispo para suspender a greve de fome é a retirada do Exército do eixo norte e leste da região do rio São Francisco. Ele pede ainda o arquivamento definitivo do projeto de transposição.
O Projeto de Integração do Rio São Francisco com as bacias hidrográficas do nordeste setentrional prevê a construção de dois canais: o eixo norte que levará água para os sertões de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte e o eixo leste que beneficiará parte do sertão e as regiões agreste de Pernambuco e da Paraíba.
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