ESTADOS UNIDOS - Alguns batistas do sul dos EUA se vêem sem opção na eleição presidencial de novembro senão votar no republicano John McCain, apesar de considerarem-no "liberal" demais, o que no vocabulário político americano equivale a chamar alguém de esquerdista.

"É basicamente uma escolha entre um liberal e um ultra-liberal", disse Jodie Sanders, fiel batista de Fairfield (Texas), sobre a disputa entre o republicano McCain e o democrata Barack Obama. O pastor dele, Benny Mize, concorda e diz que vai votar a contragosto em McCain, que precisa muito conquistar esse tipo de eleitorado conservador.

Essa opinião é corrente também entre os participantes da assembléia anual da Convenção Batista do Sul, que acontece nesta terça e quarta-feira, 11, em Indianápolis. Essa é a maior denominação evangélica dos EUA. Os evangélicos representam um quarto da população adulta dos EUA e habitualmente formam uma base de apoio republicano. Poucos analistas acham que McCain poderá chegar à Casa Branca sem eles.

Mas o candidato é visto com reservas em alguns círculos conservadores por ter no passado apoiado pesquisas com células-tronco, por não ter se manifestado de forma incisiva contra o casamento homossexual e por apoiar a reforma da imigração, entre outras coisas.

"Acho que a maioria dos Batistas do Sul vai apoiar McCain, embora eu saiba que há algumas questões contra McCain entre os evangélicos mais conservadores", disse Frank Page, presidente em fim de mandato da Conferência Batista do Sul, em entrevista à Reuters antes da convenção.

McCain frequenta uma igreja ligada à Conferência Batista do Sul em Phoenix, mas isso não o ajudou a se "conectar" com o rebanho nas questões mais delicadas. "Acho que a maioria dos batistas gostaria que ele se manifestasse mais a respeito de questões evangélicas do que ele tem feito, mas está cautelosamente aceitando-o", disse John Mann, pastor da cidade de Springtown, Texas. Mann lembrou com satisfação da atual oposição consistente do candidato contra o aborto e da sua promessa de nomear juízes conservadores para os tribunais superiores.


Fonte: O Estadão

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Eginoaldo

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