O promotor de Justiça Marcelo Mendroni e o delegado do Grupo de Operações Táticas (GOE) da Polícia Civil Antônio Sucupira Neto apresentaram, na manhã desta terça-feira (23), material apreendido em três unidades assistenciais mantidas pela Igreja Renascer. As ações foram feitas no bairro de Heliópolis, na Zona Sul de São Paulo, em Franco da Rocha e em Santana do Parnaíba, na região metropolitana.
De acordo com o Ministério Público, as entidades que cuidam de crianças recebiam recursos insuficientes para manutenção e as crianças tinham de trabalhar para ser atendidas. "Se algum dinheiro era colocado nestas entidades, era uma quantia ínfima", disse. Uma diretora chegou a ser levada à delegacia porque a unidade de Franco da Rocha apresentava feijão com data de validade vencida, diz a Promotoria.
"Nós chegamos à conclusão de que eles, apesar de alegarem que recebem doações de fiéis para cuidar de entidades assistenciais, não fazem nada disso. As entidades estão em situação triste de degradação. A conclusão da promotoria é que o dinheiro que eles recebem dos fiéis também serve para engordar o patrimônio pessoal dos Hernandes. As instituições servem como pano de fundo para aumentar o valor da arrecadação", disse Mendroni.
O promotor Mendroni afirma que apenas uma das empresas da Renascer movimentou R$ 46 milhões nos últimos anos. Para ele, a situação física das entidades demonstra que elas recebem muito pouco desse dinheiro.
Mendroni afirma que a intenção inicial do MP ao realizar as diligências era “fazer prova” a favor da Renascer, ou seja, mostrar que o dinheiro arrecadado realmente ia para as entidades. No entanto, a realidade mostrou o contrário.
Nas diligências, os policiais do GOE encontraram planilhas que demonstram que as unidades têm arrecadação própria e devem atingir metas. "Estas entidades têm arrecadação própria que não tem a ver com aquela dos fiéis", disse Mendroni.
O G1 entrou em contato com a Renascer e aguarda um posicionamento da entidade, que prometeu divulgar uma nota ainda nesta terça-feira.
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