BAHIA - O casal de evangélicos que queria adotar uma criança baiana e acabou envolvido em um episódio de compra de um bebê de nove meses, em Juazeiro (500km de Salvador), apresentou ao Ministério Público Estadual (MPE) comprovante de matrimônio e certidão da igreja a que pertencem.

A informação é do promotor da Infância e Juventude do município, Pedro Araújo, que revelou nesta terça-feira, 16, que o MP foi procurado pelo casal Antônio Marcos e Elizabeth Sampaio, pastores evangélicos do Rio de Janeiro, com a intenção de iniciar processo de adoção, antes da denúncia de venda da criança.

A denúncia da suposta venda do bebê pelos pais, dois adolescentes de 18 e 17 anos, foi veiculada na mídia na segunda-feira, 15. Segundo uma tia, os pais do bebê teriam trocado o filho por uma TV, um DVD e R$ 50,00. Os adolescentes teriam ainda outra filha, de pouco mais de um ano de idade, e seriam viciados em drogas.

“A adoção aconteceria seguindo as regras estabelecidas, com processo legal constando disposição dos pais em entregar o filho à adoção, além de provas da idoneidade do casal que adotaria a criança”, explica o promotor. Segundo Pedro Araújo, o Ministério Público averigua as denúncias de possível venda da criança e, caso haja constatação, “o crime prevê reclusão de um a quatro anos”.

Os dois filhos do casal de adolescentes continuam na Casa de Acolhimento Rosa Menina, em Juazeiro, à espera de um desfecho para a situação. As crianças foram tiradas da companhia dos pais após a denúncia da venda do bebê.

O promotor acredita ser improvável que o casal de evangélicos retome o processo de adoção depois do que aconteceu. Segundo Araújo, o Conselho Tutelar deve munir o Ministério Público de mais informações e o caso será apurado para que as medidas legais sejam tomadas. Caso não seja encontrado nenhum representante da família com condições de criar as duas crianças, eles serão encaminhadas à adoção.

A avó materna das crianças, Carmelita da Silva Pereira, que criava a neta de pouco mais de um ano, diz estar sendo acompanhada por advogados. “Não quero perder a neta que crio desde pequena. Não estou nem comendo direito só de pensar que ela não está comigo”, desabafa.

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Eginoaldo

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