Segundo o pai de duas vítimas, o religioso foi visto na Vila Flamengo, onde estaria pregando em outra igreja
“Se eu não tivesse relações sexuais com ele, Jeová iria matar toda a minha família”. A declaração é de uma adolescente de 16 anos, moradora do bairro Inhaúma, na capital. Segundo ela, o pastor Jair da Rocha, 46 anos, conseguiu seduzi-la, com promessas que teriam sido enviadas por Deus. “Ele dizia que Deus tinha lhe avisado que eu fui escolhida para esposa dele; que essa era uma provação que ninguém poderia passar por cima. Eu acreditei”, revelou a adolescente.
O pai de duas das vítimas do religioso, Antônio Xavier Lima, 56, entrou na Justiça contra o pastor, mas o mesmo continua solto. Segundo Antônio, já foram marcadas várias audiências, mas Jair da Rocha não comparece, ‘e fica por isso mesmo’. “Não sei o que está acontecendo. Quando procuro a delegacia, sou mal tratado. A delegada Valéria Beiruth, que cuida do caso, disse que não tem nem previsão para o processo ser finalizado. Disse que precisa ouvir meu filho, como testemunha, mas já se passaram 20 dias e não chegou nenhuma intimação em nossa casa. Eu falei que iria procurar o Ministério Público, mas ela disse que eles iriam me explicar a mesma coisa. Enquanto isso, o pastor está solto, sabe-se lá, aliciando quantas outras meninas”, lamentou o pai.
De acordo com Antônio, o pastor teria fugido do Inhaúma para a Vila Flamengo, onde estaria trabalhando em outra igreja. “E pensar que eu fui um dos que defendeu Jair, quando falavam desse lado tenebroso dele. Lembro que ele passou um ano à frente da Assembléia de Deus Filadélfia da Amazônia, na Estiva. Mas só depois de seis meses como pastor, surgiram os boatos. Eu não acreditei, e deu no que deu. Só fui ter certeza quando peguei minha filha conversando com outras amigas sobre o assunto – todas vítimas”, relatou Xavier Lima.
Ao todo, existem cinco denúncias contra Jair da Rocha, sendo que duas das vítimas são filhas de Antônio Xavier – na época, uma tinha 15 e a outra tinha 12. A menina de 12 anos disse que foi seduzida sem saber que a irmã já havia sido aliciada. “Tudo que ele falou para ela, falava para mim e para as outras meninas. E um dia, nós conversando, percebemos que era um truque dele. Agora quero que o pastor seja preso, pois dizia que, se a gente não ficasse com ele, uma maldição cairia sobre nossas famílias. Tudo enganação”, contou a garota. Agora as famílias das vítimas querem pressa na conclusão do processo e dizem que não vão descansar, enquanto não colocarem o pastor atrás das grades.
Fonte: Jornal Pequeno
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